Em 1978, Philippe de Villiers, estudante francês de artes dramáticas, decidiu recriar os momentos mais emblemáticos da história francesa mediante espetáculos teatrais.
Naquela época, ele encontrou uma propriedade abandonada perto da aldeia de Les Epesses, no departamento de Vendée, local de importantes batalhas que, durante a Revolução Francesa, contrapuseram os revolucionários republicanos fortemente ateus e a resistência popular capitaneada pelo Exército Real e Católico, de quem o símbolo era o Sagrado Coração de Jesus.
Villiers resolveu usar aquela propriedade como palco para o seu espetáculo. Mais de 600 atores se uniram a ele na Les Epesses, dando vida a um show épico chamado Cinéscénie.
O local se transformou em um dos parques temáticos históricos mais extraordinários do mundo.
Puy du Fou reconstitui os principais momentos da história francesa numa ampla área repleta de anfiteatros, castelos e fazendas. Cerca de 2.000 voluntários vestidos como revolucionários, camponeses e sacerdotes entretêm os visitantes, que, na alta temporada, chegam a 25.000.
Apresentações teatrais e performances ao vivo recriam momentos específicos da história francesa: gladiadores lutando pela liberdade num anfiteatro romano, mosqueteiros lutando por reis medievais, vikings em seus barcos…
Segundo Gaëtan Favreau, gerente do Puy du Fou, os espetáculos são um jeito de ajudar os visitantes a se reconectarem às suas raízes.
“Os seres humanos sempre precisaram se sentir pertencentes a um lugar; eles precisam sentir que fazem parte de uma comunidade, com os seus hábitos e tradições. A comunidade é chamada de civilização”.
Uma das principais performances do Puy du Fou é a Cinéscénie, uma saga familiar épica sobre as aventuras de uma família local desde o século XIV até a Segunda Guerra Mundial. Para muitos visitantes, é a oportunidade de conhecer um capítulo brutal da Revolução Francesa, no qual o exército revolucionário dizimou esmagadoramente a resistência católica.
A propósito, há uma emblemática homilia do cardeal Robert Sarah a propósito dos mártires dessa batalha que, segundo ele, se repete até hoje no combate ideológico contra a família cristã.
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Até hoje, enquanto o resto da França celebra a Revolução de 14 de julho, a população de Vendée homenageia o “sagrado comandante” Jacques Cathelineau, assassinado pelos revolucionários enquanto lutava pela fé.
Como observou Thierry Equinoxe, diretor de um fã-clube de Puy du Fou, os visitantes deste parque temático histórico não podem deixar de reconhecer que a história francesa está inextricavelmente ligada à do catolicismo.
“Em toda aldeia francesa havia uma igreja. O nascimento da França se alicerça na fé”.
