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O dia em que os 3 pastorinhos de Fátima foram… presos!

3 pastorinhos de Fátima
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Reportagem local - publicado em 13/05/19
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Em agosto de 1917, Nossa Senhora de Fátima teve de “quebrar a sequência” das suas aparições no dia 13, registradas de maio até outubroÉ isso mesmo que você leu no título: um governo anticatólico levou 3 crianças à cadeia por manifestarem a sua fé.

Nas suas aparições registradas em Fátima, Portugal, Nossa Senhora prometeu aos três pastorinhos que os visitaria também no dia 13 de agosto de 1917, como vinha fazendo todo dia 13 desde maio e continuaria fazendo até outubro.

Naquele agosto, porém, o administrador de Ourém, Artur de Oliveira Santos, republicano anticlerical e maçom, mandou prender as três crianças e, como se isto não fosse absurdo o suficiente, ainda tentou amedrontá-las com ameaças cruéis, relatadas pela própria Irmã Lúcia nas suas memórias autobiográficas.

Estamos falando de crianças de 7, 8 e 10 anos de idade.

O contexto era de perseguição contra a Igreja – um dos tantos que se sucederam (e se sucedem) ao longo da história sob governos de ideologia autoritária mascarada de “libertadora”. Naqueles anos, o governo republicano português impedia a livre manifestação da fé católica em público.

Eis o que a Irmã Lúcia nos conta a propósito desse bizarro acontecimento:

Quando, passado algum tempo, estivemos presos, a Jacinta o que mais lhe custava era o abandono dos pais; e dizia, com as lágrimas a correrem-lhe pelas faces:
– Nem os teus pais nem os meus nos vieram ver. Não se importaram mais de nós!
– Não chores – lhe disse o Francisco – Oferecemos a Jesus, pelos pecadores.

E levantando os olhos e mãozinhas ao Céu, fez ele o oferecimento:
– Ó meu Jesus, é por Vosso amor e pela conversão dos pecadores.

A Jacinta acrescentou:
– É também pelo Santo Padre e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

Quando, depois de nos terem separado, voltaram a juntar-nos em uma sala da cadeia, dizendo que dentro em pouco nos vinham buscar para nos fritar, a Jacinta afastou-se para junto duma janela que dava para a feira do gado. Julguei, a princípio, que se estaria a distrair com as vistas; mas não tardei a reconhecer que chorava. Fui buscá-la para junto de mim e perguntei-lhe por que chorava:

– Porque – respondeu – vamos morrer sem tornar a ver nem os nossos pais, nem as nossas mães! E com as lágrimas as correr-lhe pelas faces: – Eu queria, sequer, ver a minha mãe!
– Então tu não queres oferecer este sacrifício pela conversão dos pecadores?
– Quero, quero – E com as lágrimas a banhar-lhe as faces, as mãos e os olhos levantados ao Céu, faz o oferecimento: – Ó meu Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, pelo Santo Padre e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

Os presos que presenciaram esta cena quiseram consolar-nos:
– Mas vocês – diziam eles – digam ao Senhor Administrador lá esse segredo. Que lhes importa que essa Senhora não queira?
– Isso não! – respondeu a Jacinta com vivacidade – Antes quero morrer.

Determinámos, então, rezar o nosso Terço. A Jacinta tira uma medalha que tinha ao pescoço, pede a um preso que lhe pendure em um prego que havia na parede e, de joelhos diante dessa medalha, começamos a rezar. Os presos rezaram connosco, se é que sabiam rezar; pelo menos estiveram de joelhos.

Terminado o Terço, a Jacinta voltou para junto da janela a chorar.
– Jacinta, então tu não queres oferecer este sacrifício a Nosso Senhor? – lhe perguntei.
– Quero; mas lembro-me de minha mãe e choro sem querer.

Então, como a Santíssima Virgem nos tinha dito que oferecêssemos também as nossas orações e sacrifícios para reparar os pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria, quisemos combinar a oferecer cada um pela sua intenção. Oferecia um pelos pecadores, outro pelo Santo Padre e outro em reparação pelos pecados contra o Imaculado Coração de Maria. Feita a combinação, disse à Jacinta que escolhesse qual a intenção por que queria oferecer.
– Eu ofereço por todas, porque gosto muito de todas.

Após mais um interrogatório, as crianças foram liberadas na manhã do dia 15.

Em agosto de 1917, a aparição de Nossa Senhora em Fátima só ocorreu no dia 19, diferentemente dos demais meses que transcorreram no período de maio a outubro: nesses outros casos, todas as aparições se deram no dia 13.

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