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Turbine sua imunidade praticando corrida

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Reportagem local - publicado em 13/05/19

Ciclismo, natação e tênis também estão na lista de modalidades que auxiliam o organismo afortalecer suas defesas

Se todos os meses você fica indignado com o valor da conta da farmácia devido aos gastos com antigripais, suplementos e multivitamínicos está na hora de rever seus conceitos. Pesquisa divulgada em 2018 derrubou um velho mito do universo científico que associava exercícios de impacto, como maratonas e corridas, à queda na imunidade de esportistas.

De acordo com estudo publicado pela revista ‘Frontiers in Immunology‘, os esportes de impacto podem realmente aumentar a capacidade do corpo de combater doenças, turbinando o sistema imunológico do corpo.

Com o intuito de esclarecer pesquisas publicadas na década de 80, que afirmavam que competições e maratonas comprometiam o sistema imunológico dos atletas, deixando-os mais suscetíveis a infecções, Dr. James Turner e do Dr. John Campbell, da Universidade de Bath, no Reino Unido, reinterpretaram algumas descobertas científicas das últimas décadas.

Baseados nos princípios fundamentais da imunologia e da fisiologia do exercício, eles conseguiram esclarecer equívocos e afirmações errôneas que se formaram ao longo dos anos.

No novo estudo, os professores da Bath explicam que, quando esportistas praticam atividades de impacto como corrida, natação, ciclismo e tênis, a atividade faz com que as células se alterem de duas maneiras. Inicialmente, durante o exercício, a quantidade de células que compõem o sistema imunológico presentes na corrente sanguínea pode aumentar drasticamente em até 10 vezes, especialmente as células NK (Natural Killer – assassinas naturais) – aquelas que agem em caso de infecções.

Porém, após o exercício, o volume de células do sistema imune na corrente sanguínea diminui substancialmente – às vezes caindo para níveis mais baixos do que antes do início do exercício, e isso pode durar várias horas.

Em estudo anteriores, essa “queda” era interpretada como imunossupressão. Mas Turner e Campbell encontraram evidências que sugerem que essas células não foram destruídas, mas sim que se deslocaram para outros locais do corpo onde, provavelmente, havia algum foco infeccioso, como os pulmões, por exemplo.

Eles chegaram a essa constatação por três motivos:

1) evidências mostraram que as células voltaram aos níveis normais em poucas horas, o que é muito rápido para serem “substituídas” por novas células;

2) estudos em humanos mostraram que essas células têm a capacidade de deixar a corrente sanguínea e viajar para outros locais do corpo;

3) testes em cobaias demonstraram, através do rastreamento da células do sistema imune que, após o exercício, se acumularam nos pulmões e outros órgãos do tipo à procura de infecções.

A conclusão dos autores, portanto, é que o baixo número de células do sistema imune na corrente sanguínea nas horas após o exercício é um sinal de que, preparadas pelo exercício, essas células estão trabalhando intensamente em partes específicas do corpo.

“Está claro que as mudanças que acontecem no sistema imunológico, após um exercício extenuante, não deixam o corpo imunodeprimido. Na verdade, a evidência agora sugere que sistema imunológico é reforçado após a atividade física. Agora sabemos, por exemplo, que o exercício pode melhorar a resposta imunológica frente a um surto de gripe”, explica Dr. John Campbell, do Departamento de Saúde da Universidade Bath.

O Dr. James Turner, co-autor do estudo, acrescenta: “Dado o importante papel que o exercício tem para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, câncer e diabetes tipo II, os resultados da nossa análise enfatizam que as pessoas não devem deixar de praticar exercícios por medo de que ele irá diminuir duas defesas. Está mais do que comprovado que os benefícios dos exercícios, principalmente dos esportes que exigem maior esforço, superam quaisquer efeitos negativos que as pessoas possam perceber”.


SWIM

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Tags:
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