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Freira brasileira entre migrantes da América Central: “levar esperança”

Irmã Janete Ferreira
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Reportagem local - publicado em 17/05/19
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Cenário desafiador: como equilibrar ajuda humanitária, justo controle do fluxo migratório e responsabilidade dos governos dos países de origem?O Papa Francisco vem pedindo há tempos que as congregações religiosas sejam fiéis ao seu carisma, ou seja, à inspiração que Deus colocou no coração dos seus fundadores.

No caso das religiosas scalabrianianas, da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, o carisma envolve a sua presença cristã no meio dos migrantes. E é para viver na prática esse carisma missionário que elas estão levando à prática o seu Serviço Itinerante.

Duas cidades do norte do México foram escolhidas como contexto para este projeto: Ciudad Juárez e Tijuana, ambas na fronteira com os Estados Unidos e, portanto, cenários das frequentes caravanas de migrantes centro-americanos que perseguem o assim chamado “sonho americano” como tentativa de superar a miséria e a falta de perspectivas nos seus países de origem – principalmente Honduras, El Salvador, Nicarágua e Guatemala, mas também há pessoas vindas da África e do Haiti.

É na fronteira entre o México e os Estados Unidos que atua a irmã Janete Ferreira. A religiosa do Brasil relatou, em entrevista ao Vatican News, que só em Tijuana existem 30 albergues para acolher os migrantes, dos quais 85% são administrados por organizações ligadas à Igreja. Apesar dos esforços, as condições são precárias devido ao enorme afluxo: há pessoas dormindo no chão e muitas delas sofrem problemas de saúde.

O trabalho da irmã Janete é fazer um diagnóstico das necessidades dos albergues e angariar fundos para comprar o básico: alimentos e produtos de higiene, por exemplo.

“A maioria já vivenciou sofrimentos muito grandes: abandonos, violações dos direitos humanos, fome, sede, falta de assistência. Estão muito feridos em sua dignidade e corpo. Os deportados deixaram família e sonhos. Nosso trabalho é levar esperança para essas pessoas”.

Um desafio complexo

Um dos desafios mais candentes continua sendo o de equilibrar variáveis como a necessária ajuda humanitária, o justo e seguro controle do fluxo de imigrantes para o território norte-americano e, principalmente, a abordagem das causas da emigração, cuja solução deve ser enfaticamente cobrada dos governos dos países de origem, incapazes de garantir condições elementares de dignidade humana aos seus próprios cidadãos.

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