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Puma vs Adidas: a história de Caim e Abel?

PUMA ADIDAS
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Adriana Bello - publicado em 20/05/19
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Dois irmãos separados pela ideologia e pelos negócios Quando crianças, os irmãos alemães Adolf e Rudolf Dassler tinham um sonho: transformarem-se em grandes fabricantes de sapatos. 

Eles costuraram o primeiro para de calçados na lavanderia da casa dos seus pais, em Herzogenaurach. Pouco a pouco foram crescendo, tiveram que contratar empregados e, finalmente, conseguiram criar a própria fábrica, a Gerbüder Dassler Schuhfabrik.

Eles não tinham uma grande marca, mas seus tênis eram muitos populares no local. Adi (como chamavam Adolf) era introvertido, mas muito criativo. Já Rudolf era o posto. Eles se complementavam perfeitamente.

 

O sucesso da empresa chegou aos ouvidos do técnico da seleção alemã de atletismo, Josef Waitzer, bem antes dos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Dos atletas que usaram os tênis apenas para promovê-los (não somente esportistas alemães), sete ganharam medalhas de ouro e cinco de prata ou bronze. O famoso corredor americano Jesse Owenes (que ficou famoso por ganhar quatro medalhas de ouro e pelo fato de Hitler ter se negado a reconhecer as vitórias por causa da cor da pele do atleta) era um deles.

Depois da fama dos calçados Gerbüder Dassler Schuhfabrik, os irmãos começaram a brigar, principalmente na época da Segunda Guerra.

Muito já se especulou sobre as razões das discussões entre eles. Alguns acreditam que foi uma questão de traição conjugal. Mas a versão mais aceita é que os dois tinham divergências ideológicas. Mas a história, felizmente, não foi trágica como a de Caim e Abel. 

Adi resistiu a se unir ao exército nazista, enquanto Rudolf se juntou às tropas de Sajonia. Terminada a guerra, Adi retomou o controle da empresa e acusou seu irmão de ser simpatizante de Hitler. Rudolf se mudou para o outro lado da cidade e decidiu criar sua própria fábrica de sapatos.

Foi assim que nasceu, em 1948, a Puma (fundada por Rudolf) e a Adidas, de Adolf. A partir de então, a rivalidade dos irmãos se transformou em concorrência na área dos negócios. 

Até a pequena cidade de Herzogenaurach foi afetada por essa rivalidade. A população se dividiu em duas. Um casamento em que a mulher trabalhasse para a Puma e o homem para a Adidas (ou vice-versa) era impensável.

A disputa também foi herdada pelos filhos. Host, o fim mais velho de Adi, procurou uma maneira de bloquear os carregamentos da Puma para que só se vendesse Adidas na Vila Olímpica do México em 68. Depois, Armim, filho de Rudolf e herdeiro da Puma, conseguiu uma revira-volta ao usar Pelé, até então pouco conhecido, como garoto propaganda da marca no Mundial do México em 1970. Foi quando o brasileiro encantou o mundo usando as chuteiras alemãs.

As brigas continuaram até a morte dos fundadores das duas marcas. Ambos estão enterrados em lados opostos do mesmo cemitério.

Em 2009, Adidas e Puma promoveram um jugo amistoso no Dia Mundial da Paz. Mas o maior exemplo, sem dúvida, foi dado pelo único membro da família Dassler, que continua trabalhando no ramo calçadista. Frank Dassler (neto de Rudolf) foi  presidente da marca criada pelo avô nos Estados Unidos e, depois, virou chefe do departamento jurídico da Adidas. 


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