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O que aprender com um instrutor de oração de 3 anos de idade

Oração é proteção

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Meg Hunter-Kilmer - publicado em 24/05/19

Nós temos que aceitar o que o Salmo diz e o que uma criança sabe: o Pai quer nos escutar

Peter tinha três anos naquele verão e, embora tivesse certeza de que queria ir para a piscina com o irmão e as irmãs, não tinha certeza de que queria entrar na água assim que estivéssemos lá. Ele tinha seu dispositivo de flutuação, mas quando seus irmãos começaram a nadar, ele ficou parado e começou a chorar.

Ele não queria entrar! Mas sabemos exatamente o que acontece quando uma criança faz birra ao lado da piscina: ela decide entrar quando já está na hora de ir embora. Não querendo alimentar a birra, eu gentilmente sugeri que ele colocasse apenas os pés na água.

E ele fez exatamente isso. Depois de 10 minutos no primeiro degrau, desceu outro. Então outro e outro, até que estava se agarrando a mim.

Passada uma hora, ele começou a se sentir confortável. Então ele se permitiu boiar sozinho, flutuando na água a um metro de mim. . Ele era corajoso e independente e simplesmente se deliciava consigo mesmo.

Nós dissemos a ele, é claro, como estávamos muito orgulhosos, o quão corajoso ele era, como era maravilhoso que ele tivesse vencido o medo.

Naquela noite, enquanto prepara Peter para dormir, perguntei se havia alguma coisa que ele quisesse dizer a Deus. Ele olhou para mim timidamente e perguntou, com o rosto transbordando de orgulho quase reprimido, “você poderia, por favor, dizer a Deus como eu fui corajoso?”

Meu coração bateu forte com a beleza e inocência disso. E eu rezei contando a história para Deus. Vi Peter se aquecer no brilho do amor do Pai.

Quando terminei de rezar, perguntei: “você acha que Deus está orgulhoso de você, Peter?”

Ele acenou com a cabeça, sorrindo: “sim, ele está muito orgulhoso de mim!”

Eu penso muito nesse episódio, especialmente quando estou sofrendo ou tentando encontrar palavras que pareçam dignas de sua majestade.

Lembro de como me emocionei ao ouvir o desejo de Peter de compartilhar seu coração com o Pai. Penso em como o próprio Deus deve ter se deliciado com a simplicidade, a honestidade e a alegria pura daquele momento. Penso o quão orgulhoso o Senhor deve ter ficado.

E então eu me pergunto o quanto da minha oração é aquela partilha simples que vem do fundo do coração. Não apenas em momentos de alegria, mas também de medo, angústia e raiva.

Rezar com as crianças é especialmente edificante para aqueles que foram advertidos a “tornarem-se como criancinhas” (Mt 18, 2). Porque, por mais que queiramos ser fortes e independentes, místicos e doutores da Igreja, o que o nosso bom Deus realmente quer é que sejamos como crianças no Seu amor. Ele quer que levemos a Ele nossas conquistas e nossos sofrimentos. Ele quer que compartilhemos nossa vida com Ele.

Uma das preocupações que mais ouço sobre a oração é que as pessoas não querem dizer a Deus coisas que Ele já conhece. Mas Deus não fica entediado com nossas orações. Ele deseja ouvir nossa voz, quer nos abraçar e nos amar e ser o objeto de nossa atenção por um momento. Quando lhe trazemos nosso verdadeiro eu, o Deus do universo se alegra. E se nós, como Pedro, pudermos confiar em que Ele se satisfaz conosco, a oração pode começar a parecer mais natural, mais bonita, mais verdadeira.

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