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A Figueira de Jesus que deu muitos frutos

CHURCH

Public Domain

Juan Barbudo Sepúlveda - publicado em 30/05/19

Jesus quer destacar com esta imagem o amor e a paciência exclusiva de Deus, por cada um de nós

Jesus deve ter gostado das figueiras e de figos, pois não é por acaso que no Evangelho de Lucas, é narrada a parábola da figueira plantada numa vinha.

É uma imagem estranha. O que é que faz uma figueira no meio de uma vinha?  

Era costume no tempo de Jesus os vinhateiros plantarem árvores de fruto no meio das vinhas. Esperavam até 3 anos, para colherem os frutos. É uma imagem bonita, … por ser só uma árvore no meio de muitas vinhas.

Jesus quer destacar com esta imagem, o amor e a paciência exclusiva de Deus, por cada um de nós.

A figueira da parábola já tinha seis anos de idade. Na parábola é referido, que já tinham passado três anos, sem que desse frutos. Era uma figueira estéril, sem hipótese de sobreviver. Não produzia figos.

Entretanto aparece o dono da vinha que, perante a esterilidade da figueira, questiona-se: “Porque há-de ela estar a ocupar inutilmente a terra?”

Em defesa da figueira, intervém o vinhateiro, dizendo: “Senhor, deixa-a ficar ainda mais este ano, que eu vou cavar-lhe em volta, e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, então, mandá-la-ás cortar no próximo ano.”

O vinhateiro quer dar uma oportunidade à figueira. Ele acredita na árvore e na sua capacidade de a mimar, para a conseguir despertar. Ele aposta na figueira, e na sua capacidade de persistência para com ela.

Jesus conta esta parábola no contexto de uma conversa com os fariseus. Os Fariseus sentiam-se superiores e mais santos do que os outros povos, pelo facto de serem israelitas, o povo escolhido por Deus. Eles caem numa atitude de soberba ao julgarem os outros como pecadores.

Jesus adverte-os para não caírem em preconceitos, nem no sentimento de superioridade. Convida-os a converterem-se. O facto de sermos bons e de sermos santos, não depende do nosso status social, da nossa nacionalidade, ou de circunstâncias exteriores. A santidade não é um mérito humano. É uma oferta de Deus para todos. Somos santos, se nos deixarmos santificar por Deus, que é Santo.

Daí a parábola da Figueira, ser a reposta mais apropriada para dar aos fariseus. A autossuficiência não nos leva a lado nenhum. Se não nos abrirmos à santidade de Deus, e a acolhermos como os seus filhos, ficaremos estéreis.

O Senhor quer investir em nós, tal como o “vinhateiro” que quis cuidar da figueira por mais um ano, para que desse fruto no ano seguinte, podando-a, escavando-a, nutrindo-a. Deus tem uma paciência infinita para connosco, afim que a nossa vida dê frutos. O que verdadeiramente importa, é deixar o Senhor trabalhar em nós, para que demos frutos.

Esta nossa abertura a Deus, torna-se cada vez mais importante, quando o mundo que nos rodeia parece insosso, e por vezes, quase que estéril. Para Deus, nós somos como esta figueira. Única, no meio de tantas vinhas iguais, mas que, com a ajuda e cuidados do vinhateiro, acaba por dar muitos frutos. Jesus, é para nós esse vinhateiro, que com perseverança, tudo aposta em nós,

A parábola não conta se a figueira acabou por dar frutos, mas é suposto que deu depois dos cuidados do vinhateiro, e por ser o sétimo ano da sua existência, número perfeito na mentalidade semítica.

Nós acreditamos que deu muitos e suculentos frutos, pelo facto de termos um Deus que acredita em tudo o que vai de bom nas nossas almas, levando-nos assim a descobrir o que de melhor há em nós, para que possamos atingir o Céu.

A figueira deu frutos, porque foi humilde e deixou-se cuidar pelo Vinhateiro. Não foi soberba, nem se julgou como uma árvore bela e frondosa que não precisa de mais nada, do que ostentar e presumir.

Que frutos temos dado, para que não sejamos arrancados da vinha? Sem dúvida que muitos.  Será que tenho produzido os frutos que Deus espera de mim? Os frutos não são os nossos sucessos, nem os resultados económicos. Antes pelo contrário. São a paz interior, a alegria e a felicidade que surgem, ao acolhermos os cuidados especiais de Deus, para desenvolver os nossos dons, talentos e potencialidades.

Deus quer para nós uma vida cheia de frutos.

Que sejamos como a figueira que se deixa cuidar pelo vinhateiro. Deixemo-nos, pois, cuidar por Jesus permanecendo unidos a ele, para sermos como a árvore plantada a beira do rio que estende as suas raízes até à nascente, para permanecer verdejante e frondosa, ainda que em tempo árido e sequioso.

Deus quer que sejamos fiéis aos nossos dons, e que esse seja o nosso único propósito de vida. Honrar o nosso dom.

Honra o teu dom!

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