A Geórgia enfrenta poderosos interesses multinacionais que querem impor a sua ideologia mesmo contra a vontade popularAs empresas Disney e Netflix ameaçaram não fazer mais filmagens no Estado norte-americano da Geórgia se o governo estadual mantiver a nova lei que proíbe o aborto nos casos em que se confirmem os batimentos cardíacos fetais.
A lei já foi assinada em 7 de maio pelo governador Brian Kemp, mas só entrará em vigor em 1º de janeiro próximo. Não se trata de uma revogação total do aborto: ele ainda será permitido até a 6ª semana de gestação; entretanto, a legislação recém-aprovada representa um importante avanço no combate ao extermínio de bebês em gestação, já que, atualmente, o aborto é legal na Geórgia até a 20ª semana. Ativistas pró-aborto já avisaram, porém, que tomarão medidas para derrubar a nova legislação.
Chantagens abortistas
A Geórgia conta com relevante presença da indústria televisiva e cinematográfica, e, para pressionar o governo local a não implementar a nova lei, empresas produtoras de conteúdo audiovisual estão ameaçando boicotar o Estado com a interrupção das filmagens em seu território.
Nesta quarta, 29, o presidente da Disney, Robert Iger, declarou à agência Reuters que a empresa provavelmente deixará de filmar na Geórgia caso a proibição do aborto se efetive nos termos da nova lei:
“Acho que muitas pessoas que trabalham para nós não vão querer trabalhar lá e teremos que prestar atenção aos seus desejos nesse sentido. Não vejo como poderia ser viável para nós continuar filmando lá”.
Na véspera, a Netflix já tinha feito anúncio semelhante por meio do seu diretor de conteúdo, Ted Sarandos:
“Como a legislação ainda não foi implementada, continuaremos filmando lá, ao mesmo tempo em que apoiaremos parceiros e artistas que optarem por não fazê-lo. Caso entre em vigor, reconsideraremos todo o nosso investimento na Geórgia. Temos muitas mulheres trabalhando em produções na Geórgia, cujos direitos, juntamente com os de outros milhões, serão severamente restringidos por esta lei”.
Artistas de Hollywood como Alyssa Milano e Mark Hamill também se manifestaram favoráveis a um boicote contra o Estado por conta da lei pró-vida.
Igualmente, segundo matéria publicada por The Atlanta Business Chronicle, outras poderosas multinacionais já se opuseram à nova legislação, como as gigantes Amazon e Coca-Cola.
Reações à ameaça ideológica da Netflix e da Disney
O cientista político argentino pró-vida Agustín Laje destacou, em declarações à agência católica ACI Digital, que as ameaças dessas influentes empresas demonstram “como o aborto é sustentado e promovido pela corporação cultural global, que define a cultura válida em nossas sociedades“. Ele acrescenta:
“As revoluções são modificações radicais da ordem social que acontecem de baixo para cima. Netflix e Disney, para não mencionar a ONU, OEA, IPPF, Rockefeller Foundation, etc., estão embaixo ou em cima? Desde sempre, em cima. E quando as mudanças vêm de cima para baixo, elas não apenas não são democráticas como ainda envolvem engenharia social e cultural, que é o que estamos experimentando atualmente”.
O presidente da União Nacional de Pais de Família do México, Leonardo García, denunciou “uma estratégia internacional de pressão para impor o aborto” em todo o mundo e qualificou a postur da Netflix e da Disney como “chantagem”. Ele afirma:
“Para nós, como União Nacional dos Pais de Família, é grave que o fator dinheiro decida se há ou não há liberdade. Parece que a soberania de um povo, neste caso de um Estado, deve estar subordinada ao totalitarismo, à ditadura de uma posição ideológica que muitos não compartilham”.
Leonardo García acrescentou que a sua associação está disposta a reagir com a mesma estratégia: boicotando as empresas que atropelam valores cristãos inegociáveis.
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Com informações da ACI Digital