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Como dominar a ciência do autocontrole

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Calah Alexander - publicado em 03/06/19

Estes três princípios podem ajudá-lo a desbloquear um potencial ilimitado

Tenho algo a confessar: não sou muito boa em autocontrole.

Eu até que sou boa em me esforçar para fazer coisas quando eu não quero, como quando estou cansada e tenho de lavar a louça antes de dormir. Mas se houver chocolate, eu não resisto. Minha única estratégia de alimentação saudável bem-sucedida é cortar totalmente o açúcar em casa, pois, caso contrário, simplesmente não funciona.

Fiquei fascinada quando li um artigo sobre um acadêmico que se tornou um ultramaratonista usando a “ciência do autocontrole”. Eu não sabia que havia uma “ciência do autocontrole”, mas aparentemente existe – e de acordo com Nathan DeWall, corredor de ultramaratona e outrora “acadêmico sedentário”, ela é bem simples.

Acredito que o autocontrole é a nossa maior força humana e a coisa mais fácil que podemos melhorar. Ao dominar os três componentes do autocontrole, você também pode correr 160 quilômetros – ou conquistar outros objetivos profissionais e pessoais aparentemente inacessíveis.

DeWall é um professor de psicologia que passou décadas estudando o autocontrole. Ele explica em seu artigo como a morte de sua mãe o levou a correr, como uma forma de terapia no luto, mas rapidamente se transformou em uma paixão, despertada pelo desejo de correr uma ultramaratona de 160 quilômetros.

Em um ano, DeWall fez a transição de alguns poucos quilômetros por dia para completar com sucesso sua primeira maratona de 160 quilômetros usando seu entendimento dos três princípios do autocontrole: padrões, monitoramento e força.

Ele descreve padrões como os pontos de referência que usamos para definir “se uma determinada ação é desejável ou apropriada”. Assim, por exemplo, eu adoro a ideia de acordar às 5h. Essa é uma ação desejável, porque eu poderia realizar muito enquanto todos em casa ainda estão dormindo. Mas eu tenho um bebê de 18 meses que geralmente acaba em nossa cama por volta das 4 horas da manhã, então programar meu despertador para as 5 da manhã resultaria em uma produtividade comprometida e um bebê irritado. Acordar às 5 da manhã pode ser desejável, mas até que o bebê durma a noite inteira em sua própria cama, é inapropriado para mim.

O monitoramento é a segunda parte do autocontrole e é bastante autoexplicativa: acompanhe seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. Simples, certo?

Não muito. Nunca esquecerei a primeira vez que fiz uma dieta que exige eliminar açúcar, laticínios, grãos e outros alimentos do cardápio. Eu tive de começar de novo já no primeiro dia, porque no final da tarde, enquanto ralava queijo para o lanche dos meus filhos, eu ingenuamente comi um punhado de queijo ralado. Pior, levei quase cinco minutos para perceber o que eu tinha feito porque não estava prestando atenção. O autocontrole requer estar presente no momento, em vez de se deixar levar no piloto automático.

O último componente do autocontrole é aquele em que geralmente nos concentramos: a força ou a energia que você tem para controlar seus impulsos. A parte complicada da força é que, na minha experiência, se você criar muita contenção em uma área, sentirá fraqueza ou tentação em outra.

Por um tempo, resolvi desistir da sobremesa depois do jantar. Eu havia me habituado a levar as crianças para a cama e depois servir uma taça de vinho e em seguida comer todo chocolate que conseguisse encontrar. Essa era realmente a única hora do dia em que eu comia chocolate, então imaginei que, se pudesse reduzir esse hábito, reduziria drasticamente minha ingestão de açúcar.

Eu consegui cortar a sobremesa e me senti muito bem com isso… até que percebi que eu tinha desenvolvido um novo hábito: sair da cama pela manhã e imediatamente comer chocolate. Eu simplesmente estava comendo chocolate antes mesmo de ligar a cafeteira.

É aí que entra o monitoramento. Alguma parte do meu cérebro realmente não gostava de se sentir privada, por isso esperou um momento de piloto automático e consciência lenta. Eu por fim consegui resolver o problema pedindo para o meu marido esconder o chocolate à noite. Mas eu poderia ter resolvido isso de forma mais eficaz, fazendo um balanço do meu estado mental, emocional e físico antes de sair da cama. Reconhecer o desejo de chocolate e seguir direto para o café da manhã seria um ato real de autocontrole, que por sua vez criaria força para resistir a outras tentações.

Eu acho que o monitoramento é o componente chave do autocontrole. Muitos dos meus maus hábitos são formados quando não estou prestando muita atenção, mas não posso aceitar isso. Se eu me concentrasse menos em estabelecer metas e mais em ser fiel a elas e prestar atenção em meus pensamentos, a fim de agir conscientemente, aposto que poderia correr muitos quilômetros também.

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