Quando esse triste episódio veio à tona na imprensa internacional, foi apresentado como um caso de eutanásia, levantando a conseguinte polêmica sobre se o sofrimento de tipo psicológico, o mais escorregadio dos pressupostos da eutanásia, seria moralmente aceitável, e ainda mais em uma menor de idade.
No entanto, a informação divulgada em todo o mundo parece ser uma manipulação, segundo a jornalista Naomi O’Leary, que comparou o que foi publicado com a versão original da história, escrita pelo jornalista holandês Paul Bolwerk.
É verdade que a menina pediu a eutanásia às autoridades de saúde, mas o procedimento foi rejeitado.
Então Noa, de acordo com a informação original, recusou-se a comer e a beber até a morte. E a família, junto com os médicos, depois de ter tentado todos os tipos de terapias – incluindo eletrochoque -, convencida da inutilidade dos esforços, decidiu não forçar sua decisão, e ofereceram-lhe tratamento paliativo.
Uma vítima de abuso sexual de 17 anos NÃO foi submetida à eutanásia nos Países Baixos.@euronews @Independent @DailyMailUK @dailybeast estão todos errados. Levei apenas 10 minutos para consultar o jornalista que escreveu a história original em holandês.Noa Pothoven solicitou a eutanásia, mas o pedido foi rejeitado – escreu no Twitter Naomi O’Leary, correspondente de POLITICO
A pergunta que fica no ar é a quem interessa provocar um debate sobre a eutanásia em todo o mundo usando e manipulando casos de sofrimento extremo como o dessa jovem.

