Um caso que esconde dilemas profundos, mas também reacende a esperançaA adolescente, que segundo a imprensa local foi vítima de abuso sexual, estava na vigésima sexta semana de gestação quando decidiu fazer um aborto legal. Na Bolívia, onde o caso aconteceu, o aborto é permitido em casos de violação sexual e quando a gravidez colocar em risco a vida da mãe.
O aborto seria realizado em um hospital de Santa Cruz. Mas o caso chamou a atenção dos médicos, já que a gestação estava muito avançada. Quando a mãe procurou o centro médio, estava na 23.ª semana gestacional. Os profissionais, então, tentaram convencê-la a seguir com a gravidez. Porém, a adolescente entrou em um quadro de depressão.
Três semanas depois, seguindo a vontade da mãe, o procedimento do aborto foi realizado através de medicamentos para expulsar o feto, como determina a legislação boliviana. Como os médicos tinham adiantado, era possível que o bebê sobrevivesse, dado o desenvolvimento da gestação.
E foi o que aconteceu: os médicos resolveram fazer um parto de emergência e a menina nasceu com 1,1 kg. Embora tenha ido diretamente para a unidade de cuidados intensivos, seu estado de saúde é considerado estável.
Uma tia quer cuidar da recém-nascida
Enquanto persiste a situação complexa e dramática da menor, surge uma luz de esperança para o bebê.
Uma das irmãs da adolescente procurou o hospital e manifestou o interesse em cuidar dela. Porém, o caso ainda depende de uma avaliação por parte das autoridades legais da Bolívia.
Batizado
A recém-nascida foi batizada no hospital por um padre da paróquia a que pertence o centro médico. O nome dela não poderia ter sido outro: a garotinha recebeu o nome de Victoria.
Campanha
O caso de Victoria reacendeu a luta pela vida na Bolívia. Igreja e representantes da sociedade civil realizam a campanha “Todos por Victoria”, que visa oferecer apoio à recém-nascida e sua família.
A campanha também valoriza a atitude dos médicos que, a princípio, se recusaram a fazer o aborto legal.