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Papa: não pedir a Deus nada em troca

POPE FRANCIS - PENTECOST MASS - SUNDAY

Antoine Mekary | ALETEIA | i.Media

Reportagem local - Vatican News - publicado em 11/06/19

Em homilia hoje, Francisco falou sobre a relação de gratuidade que se deve ter com o Senhor

O Papa Francisco falou hoje em sua homilia na Casa Santa Marta sobre a gratuidade da relação com Deus.

A reflexão do Papa Francisco partiu da passagem do Evangelho de hoje (Mt 10,7-13) sobre a missão dos apóstolos, a missão de cada um dos cristãos, ser enviado.

Um cristão não pode ficar parado, a vida cristã é “abrir caminho, sempre”, recordou o Papa comentando as palavras de Jesus no Evangelho: “No vosso caminho, pro­clamai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai doentes, ressuscitai mortos, puri­ficai leprosos, expulsai demônios”. Esta é, portanto, a missão e se trata de uma “vida de serviço”.

A vida cristã é para servir. É muito triste quando encontramos cristãos que, no início da sua conversão ou da sua consciência de serem cristãos, servem, estão abertos a servir, servem o povo de Deus, e depois acabam usando o povo de Deus. Isto faz tanto mal, tanto mal ao povo de Deus. A vocação é para “servir”, não para “usar”.

A vida cristã é então “uma vida de gratuidade”. Ainda na passagem evangélica proposta pela Liturgia de hoje, o Senhor vai ao coração da salvação: “De graça re­ce­bestes, de graça deveis dar”. A salvação, “não se compra”, “é-nos dada gratuitamente”, recorda-nos o Papa, sublinhando que Deus, de fato, “nos salva gratuitamente”, “não nos faz pagar”. E como Deus fez conosco, assim “devemos fazer com os outros”. E precisamente esta gratuidade de Deus “é uma das coisas mais belas”.

Saber que o Senhor é cheio de dons para nos dar. Somente, pede uma coisa: que o nosso coração se abra. Quando dizemos “Pai nosso” e rezamos, abrimos o coração para que esta gratuidade venha. Não há relação com Deus fora da gratuidade. Às vezes, quando precisamos de algo espiritual ou de uma graça, dizemos: “Bem, agora vou jejuar, vou fazer uma penitência, vou fazer uma novena…”. Certo, mas tenham cuidado: isto não é para “pagar pela graça, para “adquirir” graça; isto é para ampliar seu coração para que a graça possa vir. A graça é gratuita.

Todos os bens de Deus são gratuitos, continua o Papa Francisco, mas adverte que o problema é que “o coração se encolhe, se fecha” e não é capaz de receber “tanto amor gratuito”. Não devemos negociar com Deus, recorda o Papa, “com Deus não se negocia”.

Depois o convite para dar de graça. E isto, sublinha o Papa, é especialmente “para nós, pastores da Igreja”, “para não vender a graça”. “Dói muito, disse, quando há pastores” que fazem negócios com a graça de Deus: “Eu faço isto, mas isto custa tanto, tanto…”. A graça do Senhor é gratuita e “você – disse – deve dá-la gratuitamente”.

Na nossa vida espiritual temos sempre o perigo de escorregar no pagamento, sempre, mesmo falando com o Senhor, como se quiséssemos dar um suborno ao Senhor. Não! A coisa não vai por ali! Não vai por esse caminho. “Senhor, se me fizeres isto, eu dou-te isto,” não. Eu faço essa promessa, mas isso alarga meu coração para receber o que está lá, gratuito para nós. Esta relação de gratuidade com Deus é a que nos ajudará depois a tê-la com os outros, seja no nosso testemunho cristão seja no serviço cristão e na vida pastoral daqueles que são pastores do povo de Deus. No caminho. A vida cristã é caminhar. Pregar, servir, não “fazer uso de”. Sirvam e deem de graça o que receberam de graça. Que a nossa vida de santidade seja este ampliar o coração, para que a gratuidade de Deus, as graças de Deus que estão ali, gratuitas, que Ele quer nos dar, possam chegar ao nosso coração. Que assim seja.

(Com Vatican News)

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