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Estudantes de teologia enviam carta para o Papa

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Antoine Mekary | ALETEIA

Vatican News - publicado em 18/06/19

No contexto da visita que Francisco fará a Nápoles nesta sexta-feira

“Antes que as pedras gritem” é o título da carta que um grupo de 25 estudantes, a maioria mulheres, leigas entre os vinte e quarenta anos escreveu ao Papa em vista de sua visita na próxima sexta-feira a Nápoles.

De fato, na próxima sexta (21) o Papa Francisco estará entre os professores, seminaristas e estudantes italianos e estrangeiros. Na ocasião irá concluir, com seu discurso, os dois dias do Encontro organizado pela Pontifícia Faculdade de Teologia da Itália Meridional de Nápoles.

O encontro tem como tema: “A Teologia depois da Veritatis gaudiumno contexto do Mediterrâneo”. O sonho dos estudantes é poder receber uma saudação especial do Papa, que chega às 9 horas a Nápoles e logo depois do almoço com os jesuítas da Faculdade voltará ao Vaticano.

O professor de História da Igreja da Faculdade, Sergio Tanzarella fala ao Vatican News o motivo de fundo da visita papal:

“Antes de tudo porque se trata de leigos e de leigas em particular. Leigas que estudam teologia até o bacharelado, à licenciatura e a sua presença para nós é extraordinariamente enriquecedora, mas também porque, em particular, embora tenha passado poucas décadas desde a entrada das mulheres no estudo de teologia, ainda há muito o que fazer. As mulheres são uma categoria não apenas numericamente menor, mas uma categoria que corre o risco de não ser determinante no estudo da teologia. Por isso a oportunidade de se manifestar, de escrever ao Papa, de exprimir seu pedido de reconhecimento, de protagonismo em uma estrutura que, de modo geral, continua fortemente clericalizada, pareceu-nos mais do que válida”.

Na carta os estudantes escrevem que foram estimulados pela “clamorosa coerência” do Pontífice “entre palavras e ação”, e interpelados pelas suas batalhas contra a indiferença. Partem deste ponto para relançar o compromisso cristão, diante do desafio do “encontro”, das periferias esquecidas, aos desequilíbrios econômicos, a contrapor “uma alternativa de homens e mulheres de boa vontade que se assumam a responsabilidade de ser testemunhas da verdade”.

Portanto a carta enfrenta temas que parecem centrais para os jovens teólogos e que interpelam a própria renovação do estudo da Teologia e não só isso: o tema da identidade e do papel do leigo e o da mulher, cuja importância, dentro da história da salvação, escrevem: “muitas vezes é deliberadamente ignorada”. Da carta se manifesta o desejo de realizar cada vez mais um procedimento acadêmico aberto a todos.

Chiara Franchitti foi uma das redatoras da carta e conta ao Vatican News o sentido da “renovação” advertido por todos e o que esperam do encontro de sexta-feira com o Papa:

“Certamente uma palavra chave é a renovação, parte da carta é dedicada à renovação dentro das faculdades teológicas. Mas não é só isso, não é um caso que somos todos leigos, mulheres. Isso nos levou a refletir sobre o papel dos leigos na Igreja de hoje e deduzimos que há muito para fazer, para melhorar. Enfim não podíamos deixar de falar da Igreja dos pobres, onde por pobreza se entende também a existencial e onde as exigências e as necessidades não são apenas materiais, mas também psicológicas, morais… e Papa Francisco em questões de pobreza e dignidade é um grande mestre para todos nós.”

(Vatican News)

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