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Como sabemos que Deus é bom?

THE GOOD SHEPARD

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Robert McTeigue, SJ - publicado em 19/06/19

Consideraremos o que ele pede de nós e, ao pedir, concede-nos a graça de viver

Como uma pessoa pode realmente saber que Deus é bom?

Uma maneira pela qual eu sei que Deus é bom é que a Divina Providência me permitiu passar a maior parte dos últimos 20 anos vendo exemplos do que eu não queria fazer da minha vida.

Dois exemplos: eu conhecia um sujeito bem-intencionado que foi eleito para a legislatura. Ele perguntou ao último membro de seu partido qual deveria ser sua principal prioridade. Foi-lhe dito: “Reeleição”. Como se reeleger? “Torne-se popular”. Como se tornar popular? “Vá a muitas festas e ofereça dinheiro dos contribuintes a pessoas importantes para coisas que elas realmente queiram.” Em outras palavras, “roube e use as pessoas ajudando-as a se apegar a coisas”. Obrigado. Lição aprendida.

Próximo exemplo: passei alguns anos trabalhando em um escritório. Todas as manhãs, as mulheres casadas daquele escritório se reuniam no bebedouro para discutir os últimos crimes, contravenções e transgressões cometidas por seus respectivos maridos. As mulheres determinariam a “punição” que deveria ser aplicada aos seus maridos, usando a seguinte fórmula: “Quanto maior o crime, mais caro deve ser o presente que ele deve me dar.” Em outras palavras, para alguns, o casamento é um sistema cuidadosamente calculado de transações, com base em incentivos e desincentivos cuidadosamente monitorados. Obrigado, mas não. Lição aprendida.

Os itens acima representam uma abordagem da interação humana que reduz as pessoas a unidades de custo material ou benefício material.

Uma abordagem mais humana (pelo menos à primeira vista) seria gostar das pessoas de que você gosta, amar as pessoas que amam você e rejeitar (ou pelo menos desconsiderar) todas as outras pessoas. Mas seria um erro dizer que essa é uma abordagem totalmente humana dos relacionamentos. É, de fato, o caminho da humanidade caída, isto é, o caminho dos seres humanos tornados incompletos e disfuncionais pelo pecado.

Jesus Cristo oferece um caminho mais verdadeiramente humano, e que é totalmente humano porque é verdadeiramente divino. Vamos lembrar a lição de Jesus em Mateus 5:

Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito

O que podemos esperar se amarmos assim? Se formos espertos, não esperamos nada.

Amar os inimigos e rezar pelos que nos perseguem não é uma estratégia. Não é um procedimento de autopromoção. É, no entanto, um meio de união com Deus, imitando Cristo. É um caminho autenticamente humano porque espelha o criador divino, a cuja imagem fomos feitos. É uma preparação para a felicidade do Céu.

Santo Inácio de Loyola pode nos ajudar nessa tarefa. Seu “Princípio e Fundamento” afirma: “O homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus, nosso Senhor, e assim salvar a sua alma”.

O que importa não é a riqueza ou pobreza, a saúde ou doença, a vida longa ou curta. O que importa é atingir o objetivo de oferecer perfeito louvor e amor a Deus imitando a Cristo.

Santo Inácio também ensina que a marca da maturidade espiritual está em nós quando amamos as coisas não por elas mesmas, mas quando amamos, em tudo, o Criador.

Em outras palavras, devemos nos esforçar para ser capazes de dizer honestamente a todos e a cada um: “Por causa de quem Deus é, e por causa de quem você é para Deus, eu escolho amar e servir você.” Não como uma estratégia política, não como uma tática para ganhar, mas porque eu busco a união com Deus, amando como Cristo ama – livre, plena, fielmente.

Ajudará muito se eu me lembrar com frequência: “Se Deus pode amar uma criatura ridícula como eu, alguém que é autossuficiente, presunçoso, alguém que ofendeu a Deus infinitamente, então certamente eu posso oferecer compaixão a outro ser humano a quem Deus ama tanto quanto.

É claro que viver com um padrão tão elevado, que é plenamente humano porque é verdadeiramente divino, está além do alcance do homem decaído. Isso significa que é hora de confessar, ir à missa, pegar o nosso rosário e começar a trabalhar.

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