Aleteia logoAleteia logoAleteia
Domingo 03 Dezembro |
São Francisco Xavier
Aleteia logo
Religião
separateurCreated with Sketch.

Papa: a única medida possível para quem segue Jesus

POPE CORPUS DOMINI

Antoine Mekary | Aleteia | i.Media

Vatican News - publicado em 30/06/19

“Os Apóstolos, tendo encontrado Jesus e experimentado o seu perdão, testemunharam uma vida nova"

“A santidade não está no elevar-se mas em humilhar-se: não é uma subida na classificação, mas confiar dia a dia a própria pobreza ao Senhor, que realiza grandes coisas com os humildes.”

Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na Basílica Vaticana na manhã deste sábado, 29 de junho, solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, na qual abençoou os pálios destinados aos trinta e um arcebispos metropolitanos nomeados nos últimos doze meses.

Na homilia da santa missa concelebrada, entre outros, por estes arcebispos metropolitanos de recente nomeação, o Papa ateve-se à figura dos Santos Pedro e Paulo, colunas da Igreja que em Roma sofreram o martírio qual testemunhas do Evangelho.

De fato, Francisco destacou que os dois apóstolos “aparecem aos nossos olhos como testemunhas. Nunca se cansaram de anunciar, viver em missão, a caminho, desde a terra de Jesus até Roma. E aqui levaram o seu testemunho até ao fim, dando a vida como mártires”.

A partir daí, o Papa desenvolveu sua reflexão sobre Pedro e Paulo qual testemunhas de vida, testemunhas de perdão e testemunhas de Jesus.

Testemunhas de vida… e, todavia, as suas vidas não foram límpidas nem lineares, destacou o Pontífice. “Eram ambos de índole muito religiosa: Pedro, discípulo da primeira hora; Paulo, acérrimo defensor das tradições dos pais. Mas cometeram erros enormes: Pedro chegou a negar o Senhor; Paulo, a perseguir a Igreja de Deus”.

Vida cristã

Jesus chamou-os pelo seu nome e mudou a sua vida. E, depois de todas estas aventuras, fiou-Se deles, dois pecadores arrependidos. Poderíamos perguntar-nos: Porque é que o Senhor não nos deu duas testemunhas integérrimas, com a ficha limpa, com a vida ilibada? Porquê Pedro, quando havia João? Porquê Paulo e não Barnabé? – frisou Francisco, acrescentando que nisto encerra-se uma grande lição:

“O ponto de partida da vida cristã não está no fato de ser dignos; com aqueles que se julgavam bons, bem pouco pôde fazer o Senhor. Quando nos consideramos melhores que os outros, é o princípio do fim. O Senhor não realiza prodígios com quem se crê justo, mas com quem sabe que é necessitado. Não é atraído pela nossa habilidade, não é por isso que nos ama. Ele ama-nos como somos, e procura pessoas que não se bastam a si mesmas, mas estão prontas a abrir-Lhe o coração. Pedro e Paulo apresentaram-se assim transparentes diante de Deus.”

Pedro disse-o imediatamente a Jesus: «Sou um homem pecador». Paulo escreve que era «o menor dos apóstolos, nem [era] digno de ser chamado Apóstolo». E, na vida, mantiveram-se nesta humildade até ao fim, prosseguiu o Papa.

Qual foi o segredo que, no meio das fraquezas, os fez continuar para diante? O perdão do Senhor, disse Francisco. “Descubramo-los, pois, como testemunhas de perdão.

“Nas suas quedas, descobriram a força da misericórdia do Senhor, que os regenerou. No seu perdão, encontraram uma paz e alegria irreprimíveis. Com o mal que fizeram, poderiam viver com sentimentos de culpa: quantas vezes terá Pedro pensado na sua negação! Quantos escrúpulos para Paulo, que fizera mal a tantas pessoas inocentes! Humanamente, faliram; mas encontraram um amor maior do que os seus fracassos, um perdão tão forte que curava até os seus sentimentos de culpa. Só quando experimentamos o perdão de Deus é que renascemos verdadeiramente. Recomeça-se daqui: do perdão.”

O segredo da vida

Testemunhas de vida, testemunhas de perdão, Pedro e Paulo são sobretudo testemunhas de Jesus, continuou o Pontífice. “Para a testemunha, mais do que um personagem da história, Jesus é a pessoa da vida: é o novo, não o já visto; a novidade do futuro, não uma lembrança do passado. Por isso, não é testemunha quem conhece a história de Jesus, mas quem vive uma história de amor com Jesus. Porque, no fundo, o que a testemunha anuncia é apenas isto: Jesus está vivo e é o segredo da vida”, disse ainda.

Diante destas testemunhas, interroguemo-nos: Renovo eu cada dia o encontro com Jesus? Talvez sejamos curiosos sobre Jesus, talvez nos interessemos por coisas de Igreja ou notícias religiosas. Abrimos sites e jornais, e conversamos sobre coisas sagradas. Mas, assim, ficamos no que dizem os homens, nas sondagens, no passado. Mas isto, a Jesus, interessa-Lhe pouco. Não quer repórteres do espírito, e muito menos cristãos de capa de revista. Ele procura testemunhas, que Lhe digam dia a dia: «Senhor, Tu és a minha vida», ressaltou o Papa.

“Os Apóstolos, tendo encontrado Jesus e experimentado o seu perdão, testemunharam uma vida nova: não mais se pouparam, deram-se a si mesmos. Não se contentaram com meias medidas, mas adotaram a única medida possível para quem segue Jesus: a dum amor sem medida.”

Francisco exortou-nos a pedir “a graça de não ser cristãos tíbios, que vivem de meias medidas, que deixam resfriar o amor. Encontremos as nossas raízes na relação diária com Jesus e na força do seu perdão. Como a Pedro, Jesus pergunta também a ti: Quem sou Eu, para ti? Amas-me tu? Deixemos que estas palavras penetrem dentro de nós e acendam o desejo de não nos contentarmos com o mínimo, mas de apontar para o máximo: sermos, também nós, testemunhas vivas de Jesus”, exortou o Papa.

Arcebispos

Francisco concluiu referindo-se aos pálios precedentemente por ele abençoados no início da celebração eucarística. Destacou que o pálio recorda a ovelha que o Pastor é chamado a carregar aos ombros: “é sinal de que os Pastores não vivem para si mesmos, mas para as ovelhas; é sinal de que, para possuir a vida, é preciso perdê-la, dá-la”.

Dos trinta e um arcebispos metropolitanos precedentemente mencionados, os três brasileiros são o de Vitória (ES), Dom Dario Campos; o de Montes Claros (MG), Dom João Justino de Medeiros Silva; e o de Campinas (SP), Dom João Inácio Mϋller.

Por fim, Francisco saudou a Delegação do Patriarcado Ecumênico, presente na celebração, “segundo uma bela tradição”, frisou. “A vossa presença lembra-nos que não podemos poupar-nos sequer no caminho rumo à plena unidade entre os crentes, na comunhão em todos os níveis.”

(Vatican News)

Tags:
PapaPapa Francisco
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia