O Papa Francisco vai canonizar em 13 de outubro o beato cardeal inglês John Henry Newman (1801-1890), que se converteu do anglicanismo à Igreja Católica e se tornou referência da vida eclesial no século XIX.
Um milagre atribuído à sua intercessão foi reconhecido oficialmente pelo Vaticano em 13 de fevereiro, após audiência entre o Papa e o cardeal Angelo Becciù, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Quem foi o cardeal Newman
Nascido em Londres em 21 de fevereiro de 1801, John Henry Newman foi um dos protagonistas do Movimento de Oxford, que procurava aproximar a Igreja Anglicana das suas raízes. Ela era clérigo nessa confissão, separada do catolicismo desde as chamadas reformas protestantes do século XVI.
Depois de se converter à Igreja Católica, foi ordenado sacerdote em Roma em 1847. Com apoio do Papa Pio IX, voltou à Inglaterra e lá fundou o oratório de São Filipe Neri.
Grande escritor, tratou da relação entre fé e razão e da natureza da consciência, entre outros temas complexos relacionados com o desenvolvimento da doutrina cristã. A importância da sua obra foi amplamente reconhecida no mundo católico e a sua influência foi sólida no pensamento de outros grandes intelectuais católicos, como o Papa Emérito Bento XVI. Sua autobiografia espiritual, “Apologia pro vita sua” (1864), por exemplo, chega a ser considerada a maior obra do gênero desde as “Confissões” de Santo Agostinho.
Aos 78 anos de idade, Newman foi criado cardeal pelo Papa Leão XIII em 1879. Ele faleceu em 11 de agosto de 1890.