Já se passaram quatro anos, mas até hoje eu ainda me esqueço da data de nascimento real do meu filho, pois passei quase todos os dias daquela gravidez falando sobre a data prevista do parto: 15 de maio, 15 de maio, 15 de maio. Mas dei à luz antes disso. Agora pareço uma tonta quando o pediatra quer saber o aniversário dele, e tenho que pensar sobre isso.
Deixando os problemas de memória de lado (eu culpo tudo isso à privação do sono), é realmente muito raro os bebês nascerem quando deveriam. Apenas 5% dos bebês nascem nas datas previstas pelos médicos, mesmo quando a data é determinada pelo exame de ultrassonografia. Apenas 35% das mães entram em trabalho de parto durante a semana da data prevista. Quanto à forma como a data é calculada, ela não é uma ciência tão exata quanto gostaríamos.
A prática comum de prever a data de vencimento é contando 40 semanas, ou 280 dias, a partir da data do último período menstrual. Mas isso só é preciso quando seus ciclos têm 28 dias de duração e quando você sempre ovula no dia 14. A menos que uma mulher tenha acompanhado sua fertilidade com cuidado e saiba a data da ovulação, não há garantia de que ela ovule bem no meio do ciclo. Mesmo se o fizesse, há uma variação no tempo que um óvulo fertilizado leva para se implantar na parede uterina.
Os médicos também tentam identificar a data prevista do nascimento através de ultrassonografia morfológica, que é mais precisa no primeiro trimestre da gestação – especialmente entre as semanas 8 e 12. Esse método é mais preciso do que observar o calendário, mas dependendo da habilidade do técnico de ultrassom e das variáveis individuais, a data do parto ainda pode ter cerca de cinco dias de erro (para mais ou para menos). Quanto mais tarde você fizer o exame, menos precisas serão as medidas do bebê e mais chances de errar a data do nascimento.
A data estimada do nascimento de um bebê é importante, pois ajuda os médicos a diminuir o risco do parto prematuro, complicações no parto e intervenções. Mas também é importante lembrar que a data é uma estimativa, não uma garantia.
Fatores como a saúde da grávida, sua genética, sua altura, a estrutura de seu útero e o peso do bebê podem antecipar ou adiar o parto. Um estudo de 2013 com 125 grávidas concluiu que “o tempo gestacional humano varia consideravelmente, mesmo quando medido exatamente a partir da ovulação”.
Com o meu primeiro filho, eu me agarrei às estimativas do médico quanto à data do parto. Foi a única coisa previsível em uma gravidez cheia de variáveis. Foi reconfortante. Mas eu tive sorte. Se ele tivesse “atrasado” ou “adiantado” eu teria me sentido enganada.
Já com o meu segundo bebê, eu respondia às perguntas das pessoas mais vagamente: “Deve nascer no dia dos namorados”. Isso manteve minhas expectativas sob controle, e foi muito mais realista do que depositar todas as minhas esperanças em um dia mágico.
Então, aqui vai uma dica: mantenha a data prevista do parto em mente, mas não entre em pânico se o bebê acabar surpreendendo você. A maternidade será surpreendente, não importa o que aconteça!

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