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Paquistão: polêmico anúncio de emprego destinado apenas a cristãos

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Fundação AIS - publicado em 12/07/19

As funções requeridas correspondem à limpeza e manutenção de esgotos e do sistema de saneamento básico

As autoridades paquistanesas retiraram um anúncio de emprego para o exército destinado a funções de limpeza ao nível de saneamento básico, destinado exclusivamente a cristãos.

O anúncio causou enorme polémica e no início do mês o exército retirou esse pré-requisito, abrindo a candidatura a todas as pessoas. As funções requeridas correspondem à limpeza e manutenção de esgotos e do sistema de saneamento básico.

Para a comunidade cristã a notícia do recuo das autoridades face a esta questão foi uma vitória, embora esta situação revele uma mentalidade dominante na sociedade paquistanesa que é profundamente desfavorável para com as minorias religiosas.

Recentemente, Joel Amir Sahotra, que pertence ao governo regional do Punjab, já tinha alertado em entrevista à Fundação AIS para a existência deste tipo de situações como exemplo da discriminação dos cristãos na sociedade paquistanesa actual.

De passagem por Lisboa, Joel, um cristão de 44 anos de idade, referiu que a situação dos Cristãos no Paquistão é muito delicada e que “os muçulmanos não estão preparados para aceitar e dar espaço aos membros das outras religiões, especialmente aos cristãos e hindus”.

Em 1947, quando o Paquistão foi fundado, os cristãos representavam cerca de 26% da população. Hoje são apenas 1,6%”, explicou Joel Amir. “A própria Constituição” do país “não permite que um não-muçulmano possa ser presidente ou primeiro-ministro. O que significa isto? Que há um critério duplo. Não temos os mesmos direitos.”

Na entrevista à Fundação AIS, este dirigente da comunidade cristã deu o exemplo de um outro anúncio como um caso concreto da discriminação a que a comunidade cristã está sujeita.

“Tenho comigo um anúncio de um departamento oficial, publicado num jornal nacional, em que se pedem varredores. No entanto, só não-muçulmanos podem candidatar-se aos lugares. Não interessa se as pessoas têm estudos, se têm habilitações, pois a única forma de poderem ingressar naquele departamento terá de ser como varredores. É uma injustiça. Temos uma sociedade baseada na desigualdade.”

(Departamento de Informação da Fundação AIS)

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