Vendida há dois anos por 450 milhões de dólares, a pintura não foi vista desde entãoA última vez que a pintura de Leonardo da Vinci conhecida como “Salvator Mundi” foi vista em público, era novembro de 2017, ocasião em que foi vendida em um leilão pelo valor recorde de 450 milhões de dólares.
O comprador foi identificado como Príncipe Bader bin Abdullah bin Farhan Al Saud, da Arábia Saudita, e mais tarde foi revelado que ele estava operando do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. A pintura aparentemente foi comprada em nome do Museu do Louvre Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
O Louvre Abu Dhabi disse que planejava colocar a pintura em exibição em setembro de 2018. Mas o museu adiou a exibição, sem explicação. E não falou mais sobre os planos relacionados à obra. Especialistas chegaram a especular que a pintura estaria a bordo do iate privado de Muhammad bin Salman. Ou que estaria em restauração.
Mas ninguém parece saber por que o novo proprietário (ou proprietários) da pintura não está apresentando uma explicação. Há tanto enigma em torno do Salvator Mundi quanto da Mona Lisa.
Também continua havendo debate sobre se a pintura é de fato um Da Vinci genuíno, e se é, por que estaria sendo restaurada.
Salvator Mundi, que se acredita ter sido pintado para o rei Luís XII da França e esteve na posse dos reis Charles I e Charles II, ficou desaparecido por vários anos. Quando apareceu, estava muito danificado. O jornal The Guardian publicou uma imagem em alta definição de quando a pintura foi restaurada pela artista Dianne Dwyer Modestini.
A CNN ressalta que grande parte da especulação sobre por que a pintura permanece oculta está centrada em sua atribuição. A rede disse que se acreditava que Salvator Mundi era ou o trabalho de um dos assistentes de Leonardo ou uma cópia.
Os negociantes de arte Robert Simon e Alexander Parrish o compraram em 2005 por menos de 10 mil dólares. Em 2011, a National Gallery incluiu-a em uma exibição abrangente das pinturas de Leonardo, mas somente depois que um painel de especialistas disse que se tratava de um Da Vinci. Houve bons argumentos para isso, a CNN apontou, como o estilo da mão, a técnica, o tipo de pigmento.
E depois surgiu uma nova questão. Neste caso, era o polegar na mão direita de Cristo. Descobriram dois polegares. Aparentemente, o artista voltou a pintá-lo de uma maneira diferente. Para alguns especialistas, seria a confirmação de que o trabalho é original Da Vinci, pois um copista não teria feito isso.
A pintura foi revendida em 2013 por 80 milhões de dólares e, depois de três anos, por 400 milhões de dólares – 50 milhões em – a maior soma que alguém já pagou por uma obra de arte.
Mas vários especialistas teorizam que a pintura teria sido executada por assistentes de Da Vinci. Se for esse o caso, seu valor real pode ser de 1,5 milhão, de acordo com o crítico de arte Ben Lewis, autor do livro “O Último Leonardo”. Lewis especula que seus atuais proprietários, que pagaram muitas vezes essa quantia, podem mantê-la fora da vista do público para evitar qualquer análise adicional.
Para Lewis, Salvator Mundi é, neste momento, “o mais belo ponto de interrogação já pintado”.