Dom Braulio Rodríguez Plaza, arcebispo de Toledo, na Espanha, abordou em artigo a exposição “Pederoclastia”, do artista plástico Fernando Barredo, coordenador local da organização Europa Laica. Uma peça da exposição representa um bispo de seis braços rodeado por crianças, descritas pelo autor como “objeto de sua luxúria e de sua maldade“. Segundo Fernando Barredo, a composição é uma denúncia da “atroz pedofilia consentida, encoberta e até premiada no coração da Igreja Católica“.
Dom Rodríguez Plaza declarou que os casos de pedofilia perpetrados dentro da Igreja são certamente inaceitáveis e repulsivos, mas que a existência de clérigos pedófilos não autoriza generalizações insultantes, injustas e ideologicamente enviesadas contra a totalidade dos clérigos católicos, muitos dos quais são heroicos combatentes da pedofilia e de quaisquer outras formas de abuso contra pessoas de todas as idades.
“Todos sabemos do tremendo e repulsivo problema que significou para a Igreja Católica a pederastia inaceitável de sacerdotes e como cortar radicalmente esta praga, que, certamente, está em toda a sociedade espanhola e europeia, não apenas em alguns clérigos, e, nestes, em uma proporção cujos percentuais de condenações judiciais podem ser consultados por todos”.
O arcebispo define como “grotesca” e “insultante” a exposição que faz parecer que a Igreja “ampara abusos e estupros de crianças, tanto por parte de bispos quanto de cardeais e até papas“. Ele afirma que existem, sim, “condutas que precisam ser rejeitadas com toda a força de que somos capazes, como a pedofilia, em alguns sacerdotes e pessoas vinculadas às instituições eclesiais“, mas também recorda que “a pederastia é um problema de toda a sociedade espanhola e sabemos em que áreas ela é mais frequente: família, centros esportivos e outros“.
Dom Rodríguez Plaza observa ainda que existe uma importante distinção entre as pessoas que não concordam com a Igreja, o que faz parte de uma sociedade plural e deve ser respeitado, e as pessoas que “exibem insultos abusivos e sem provas“: sobre estas, ele afirma que “insultam a si mesmas, por mais que achem que estão na linha de frente do pensamento crítico, já que não o demostram“.