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Minha tia, a primeira santa brasileira: uma conversa com a sobrinha da Irmã Dulce

Santa Dulce, sua irmã Dulcinha e sua sobrinha Maria Rita
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Aleteia Brasil - L'Osservatore Romano - publicado em 22/07/19
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Maria Rita foi entrevistada pelo jornal vaticano L’Osservatore Romano: O jornal vaticano L’Osservatore Romano trouxe na sua edição italiana deste 18 de julho uma entrevista com Maria Rita Pontes, sobrinha da futura primeira santa nascida em solo brasileiro, a Irmã Dulce.

As duas têm o mesmo nome, já que a Irmã Dulce foi batizada como Maria Rita Lopes Pontes e depois adotou o nome religioso com que hoje é amplamente conhecida. A sobrinha Maria Rita supervisiona hoje as Obras Sociais Irmã Dulce.

A entrevista

O jornalista Francesco M. Valiante perguntou a Maria Rita como ela se sente sendo sobrinha de uma santa. Sua resposta:

“Embora eu esteja esperando por este evento desde o início do processo, iniciado dezenove anos atrás, a sensação é única. De grande alegria, de emoção, e também de responsabilidade. Acho que daí virão muitos benefícios para atender sempre mais e melhor as pessoas que batem à porta das Obras Sociais Irmã Dulce”.

Relacionamento pessoal

“Eu sou filha da sua irmã Dulcinha, um ano mais nova que a irmã Dulce. Elas eram muito próximas. A tia dizia: ‘Somos dois corpos numa só alma’. O meu nome é uma homenagem a ela, pois o seu nome de batismo era Maria Rita. O nosso relacionamento era muito estreito, de mãe para filha, de filha para mãe. Hoje sou o que sou graças ao seu exemplo”.

Episódios de santidade

“Há muitos episódios que testemunham a sua santidade já em vida. Ele nunca recusou um paciente à porta do hospital. Dizia: ‘Esta é a última porta. Portanto, não posso fechá-la’. Ajudava a todos sempre com grande amor. Era paciente e ouvia com a atenção todos os que se dirigiam a ela: funcionários, médicos, pacientes, pessoas necessitadas. Nos momentos mais difíceis, ela nunca perdeu a fé e a esperança na Providência divina”.

Inspiração para a total dedicação aos pobres

“Respondo a esta pergunta com uma frase que ela repetia sempre: Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Quem bate à nossa porta, buscando conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é outro Cristo que nos procura”.

A continuidade da obra

“Foi uma missão que a irmã Dulce me repassou. Antes de morrer, ela escreveu uma carta-testamento. Ela mantinha-me sempre a par dos muitos detalhes da Obra; às vezes eu não entendia por que é que ela se preocupava em me explicar como resolver certas questões operacionais da vida cotidiana da instituição. Eu morava no Rio de Janeiro, graduei-me em jornalismo e procurava divulgar as suas obras. Escrevi a sua primeira biografia em 1983. Em 1989, entrei no conselho de administração das Obras e comecei a tomar parte nas decisões estratégicas da instituição. Hoje penso que talvez, instintivamente, ela me estivesse preparando, sem que eu percebesse, para a missão que herdaria com muito orgulho e responsabilidade. Como dizia a irmã Dulce: ‘Esta obra não é minha. É de Deus.E o que é de Deus permanece para sempre'”.

A grandeza da obra hoje

“As Obras Sociais Irmã Dulce são um ponto de referência na assistência aos mais necessitados, atuando no campo da saúde, da assistência social, da educação, do ensino e da pesquisa. Estão equipadas com 954 leitos, à disposição do Sistema Único de Saúde. Dão assistência a crianças, idosos, deficientes físicos, alcoólatras, moradores de rua e pacientes com câncer: em suma, prestam serviços em praticamente todos os setores m que a população é mais necessitada. Se pensarmos que todo o seu trabalho nasceu onde antes havia um galinheiro e hoje existe um ‘império do Amor’, percebemos que a Irmã Dulce ainda está presente entre nós e faz um milagre todos os dias. É a lição do testemunho da fé na Providência divina. Respondo também a esta pergunta com uma frase dela: Se fosse necessário, eu começaria tudo de novo, da mesma forma, seguindo o mesmo caminho de dificuldades, porque a fé, que nunca me abandona, me daria forças para seguir sempre em frente”.

As periferias do mundo

“Na sua homilia, durante a missa para os migrantes celebrada no dia 8 de julho, relembrando a sua visita a Lampedusa em 2013, o Papa disse: ‘Infelizmente, as periferias existenciais das nossas cidades são densamente povoadas por pessoas descartadas, marginalizadas, oprimidas, discriminadas, abusadas, exploradas, abandonadas, pobres e sofredoras’. A irmã Dulce e o papa Bergoglio trabalham intensamente para ajudar estas pessoas”.

Na íntegra

A entrevista na íntegra, em italiano, está disponível em L’Osservatore Romano, 18/07/2019, página 7

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