Quando Maria Goretti era apenas uma menina italiana de 11 anos de idade, já amava a Deus tão intensamente que estava decidida a Lhe devotar a sua pureza de modo a pertencer somente a Ele. Entretanto, um vizinho da família, Alessandro Serenelli, de 20 anos, a desejava com tanta cegueira passional que, tendo sido rejeitado diversas vezes, tentou estuprá-la. Resistindo corajosamente apesar do pânico, a menina lhe afirmou que morreria, mas não trairia a sua pureza dedicada a Deus. Alessandro, enfurecido, lhe desferiu nada menos que onze facadas.
Antes de morrer, mártir da pureza e da fé, a pequena grande Maria Goretti declarou que o perdoava, mesmo ele não estando arrependido.
Passaram-se muitas décadas até o surgimento da carta que o leitor terá a chance de ler logo abaixo. Alessandro tinha quase 80 anos de idade quando a escreveu, entre a dor do remorso, a reflexão sobre o seu crime, a tentativa de conversão, a esperança no perdão. Foi na cadeia que ele começou a trilhar o longo caminho da conversão. Nesta carta, ele diz esperar que os que a vierem a lê-la escapem a tempo do caminho do mal e sigam sempre o do bem.
Sua conversão o levou a viver como leigo capuchinho, servindo no convento como porteiro e trabalhador no campo. Ele manteve a vida de oração e penitência que tinha começado a desenvolver na cadeia. A mãe de Santa Maria Goretti, dona Assunta, perdoou o assassino arrependido de sua jovem filha e, com muito mais do que palavras, testemunhou esse perdão acolhendo-o como a um membro da sua própria família. Alessandro rezava frequentemente pela intercessão da mártir Santa Maria Goretti e declarava que foi o perdão dela que lhe abriu o caminho da salvação.
Sua carta, perto do final desta vida, é emocionante:
Arrependimento transformado em música
Imaginando a experiência pessoal de maldade, vergonha, arrependimento e conversão vivida por Alessandro Serenelli, o sacerdote alemão pe. Albert Gutberlet compôs a seguinte e belíssima canção, voltada a inspirar os jovens a buscarem o amor verdadeiro: