"Regimes comunistas mataram cerca de 100 milhões de pessoas — cerca de 4 vezes mais que o número de mortos pelos nazistas"
O planeta reconhece há décadas que uma das máximas abominações do século XX foram os campos nazistas de extermínio, que sistematicamente assassinaram milhões de judeus, poloneses, prisioneiros soviéticos de guerra, ciganos, homossexuais, sacerdotes e freiras. Santos e beatos da Igreja foram martirizados em campos de horrores como Auschwitz e Dachau, sendo os mais conhecidos São Maximiliano Kolbe, Santa Teresa Benedita da Cruz e o beato Karl Leisner.
No entanto, as abominações associadas a Hitler são apenas uma parte do registro histórico dos horrores do século XX.
Best-seller internacional, “O Livro Negro do Comunismo” demonstra com estatísticas que o comunismo do mesmo século não apenas se iguala ao nazismo, mas o supera vastamente na quantidade de pessoas assassinadas em direta decorrência do regime:
65 milhões na China
20 milhões na União Soviética
1 milhão no Vietnã
2 milhões na Coreia do Norte
2 milhões no Camboja
1 milhão nos países comunistas do Leste Europeu
1,7 milhão na África
1,5 milhão no Afeganistão
Além disso, 150 mil na América Latina e outros 10 mil mundo afora também foram mortos em decorrência de ações do movimento internacional comunista e de partidos comunistas fora do poder.
“O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressão” é uma obra coletiva de professores e pesquisadores universitários europeus encabeçados pelo francês Stéphane Courtois. Como o livro é de 1997, ele obviamente não computa as mortes cometidas de lá para cá nas regiões que continuaram sujeitas a esse regime e aos seus métodos essencialmente opressivos, como a China e a Coreia do Norte; nem, é claro, nas regiões que retrocederam na sua trajetória democrática para reeditar essa aberração histórica – como a Venezuela de Chávez, Maduro e seus comparsas do Foro de São Paulo.
“Ao todo, regimes comunistas mataram cerca de 100 milhões de pessoas — cerca de quatro vezes mais que o número de mortos pelos nazistas — tornando o comunismo a ideologia mais assassina da história humana”.
Por que esse horror não é tão execrado quanto o nazismo?
Em artigo publicado neste 27 de julho no site da Fundação para a Educação Econômica (Foundation for Economic Education), o autor Jon Miltimore observa que os horrores da Alemanha nazista e os horrores do comunismo do século XX ainda são vistos de maneiras diferentes, o que causa grande frustração em quem vê a dissonância cognitiva no tratamento dado à foice e ao martelo em comparação com o tratamento recebido pela suástica.
Numa época em que as farsas de viés socialista voltam a se apresentar ao mundo como “libertadoras do povo”, a verdade sobre o comunismo costuma ser “evitada” nas TVs e nos “grandes” jornais e revistas a serviço desse mesmo projeto de poder – que não é exatamente um poder “do proletariado”, como prega, descaradamente, a sua propaganda (a este propósito, nunca é demais recordar o magistral resumo feito por George Orwell sobre a “igualdade” realizada pelo comunismo: “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros“).
A “dissonância cognitiva” que tenta fazer parecer que os crimes do comunismo não foram tão hediondos quanto os do nazismo se tornou insuportável para os legisladores da Ucrânia, que, em 2015, aprovaram uma legislação que equipara o nazismo e o comunismo. Essa lei foi confirmada na semana passada por um tribunal ucraniano, que, a respeito, declarou:
“O regime comunista, assim como o regime nazista, infligiu danos irreparáveis aos direitos humanos porque, durante a sua existência, manteve total controle da sociedade, promoveu perseguições e repressões politicamente motivadas, violou as suas obrigações internacionais e as suas próprias constituições e leis”.
Com base nesta decisão, serão removidos monumentos comunistas soviéticos ainda resistentes na Ucrânia, além de proibido o uso de símbolos nazistas e comunistas.