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Os cristãos nem sempre foram chamados de “cristãos”

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Daniel R. Esparza - publicado em 08/08/19

A palavra "cristão" é usada apenas três vezes no Novo Testamento

Os cristãos nem sempre foram “cristãos”. Isto é, os membros da Igreja primitiva não se referiam a si mesmos como “cristãos”. Então de onde veio esse nome?

Quando olhamos para os textos que compõem o Novo Testamento, descobrimos que as comunidades primitivas preferiam chamar-se “santos”.

Deve-se notar, no entanto, que no grego original a palavra “santo” (hagios) tem conotações ligeiramente diferentes do que seria possível para nós hoje em qualquer outra língua.

O grego hagios, nesse contexto particular, significa simplesmente “consagrado a Deus”. O fato da palavra sempre aparecer no plural do Novo Testamento revela que a Igreja primitiva se considerava uma comunidade de pessoas trabalhando e vivendo juntas a serviço de Deus.

Os membros da Igreja primitiva foram chamados “cristãos” pela primeira vez, de acordo com o livro de Atos (cf. At 11, 26), em Antioquia.

Os outros dois momentos em que a palavra aparece no Novo Testamento são Atos 26, 28 e 1 Pedro 4, 16.

O primeiro texto (Atos 11, 26) não fornece muitos detalhes sobre como esse nome surgiu. Simplesmente afirma que “os discípulos foram chamados cristãos primeiro em Antioquia”, depois que Barnabé levou Paulo à cidade (onde eles ensinaram os discípulos por cerca de um ano) e nada mais. Mas se esse não fosse um nome com que os discípulos de Jesus chamariam a si mesmos, de onde teria vindo esse termo, então?

Uma coisa é certa: o fato de um novo termo ter que ser cunhado para se referir aos cristãos em Antioquia revela que a missão fora bem-sucedida.

Enquanto alguns estudiosos afirmam que o nome “cristão” era originalmente de alguma forma depreciativo, parece, no entanto, que era um meio simples de estabelecer uma distinção entre essas comunidades e outros judeus, especialmente porque a Igreja primitiva, em uma cidade cosmopolita como Antioquia, já incluía gentios.

De fato, como John W. Martens explica em seu artigo sobre o assunto, esses “cristãos” representam uma posição particular judaica em relação à identidade do Messias e à entrada de gentios na comunidade judaica.

Em uma cidade cosmopolita como Antioquia, onde pessoas de diferentes cantos do Império Romano conviviam, a Igreja de alguma forma ajudou a redefinir as noções de comunidade incluindo judeus e gentios igualmente em um único e novo agrupamento.

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