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Quantos milagres são necessários para um santo ser canonizado?

POPE FRANCIS – Mother Teresa Canonization

© Antoine Mekary / ALETEIA

Philip Kosloski - publicado em 09/08/19

O processo de canonização pode variar, dependendo do santo e da história dele

Um santo canonizado pela Igreja Católica é alguém que teve uma vida de virtude heróica, cujo exemplo é particularmente edificante para os fiéis cristãos. Nem todo mundo é declarado “santo”, mas isso não significa que eles não tenham desfrutado da visão beatífica de Deus no céu.

Para aqueles homens e mulheres que são canonizados, inicia-se um longo processo no qual suas vidas são profundamente examinadas. Se eles demonstrarem ter tido uma vida de virtude heróica, sua causa normalmente progride, e o próximo estágio depende da verificação de milagres.

Para ser beatificado (o último passo antes de ser canonizado), um indivíduo precisa ter um milagre atribuído à sua intercessão.

Os milagres são descritos por São Tomás de Aquino como “aquelas coisas … que são feitas pelo poder divino à parte da ordem geralmente seguida nas coisas”. Isso significa que um milagre deve ter provas concretas de que ele não seguiu as regras da natureza.

Um dos tipos mais comuns de milagres é a cura súbita de alguém. Segundo o autor Michael O’Neill, “Para que a cura seja considerada milagrosa, a doença deve ser séria e impossível (ou pelo menos muito difícil) de ser curada por meios humanos, e não estar em um estágio em que possa desaparecer em breve por si só. Nenhum tratamento médico deve ter sido dado, ou deve-se ter certeza que   o tratamento dado não tem referência à cura. A cura deve ser espontânea, completa e permanente”.

O bispo local é encarregado de investigar o milagre e, se for comprovado, o homem ou a mulher recebe o título de “Bem-aventurado(a)” ou “Beata(o)”.

Depois que esse estágio estiver completo, um segundo milagre é necessário antes que a canonização final possa ocorrer e, então, nomear a pessoa como um “santo”. Ocasionalmente este requisito pode ser dispensado, como no caso de São João XXIII, em que apenas um milagre foi comprovado e necessário.

Além disso, às vezes, este procedimento é ajustado para santos que tiveram uma longa história de veneração. Isso é chamado de “canonização equivalente” e, embora o processo não seja idêntico, ainda requer uma história de intervenção milagrosa.

O cardeal Angelo Amato explicou, em 2014, que “uma canonização equivalente requer um culto litúrgico de longa data, a ‘atestação constante e comum’ de historiadores credíveis sobre as virtudes da pessoa e uma ‘reputação ininterrupta de maravilhas’ obtida por intercessão dessa pessoa”.

Neste caso, mais de dois milagres são necessários, e a canonização só ocorre depois de um longo tempo, provando a intercessão celestial do indivíduo.

A canonização não pretende ser uma “recompensa” para certos homens ou mulheres após sua morte, mas uma confirmação pública de sua vida santa e união com Deus. Os santos devem encorajar-nos em nossa luta diária pela santidade e nos mostrar o caminho a seguir.


DULCE LOPES PONTES

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Tags:
CanonizaçãoMilagreSantos
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