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A Morte e Assunção de Maria

DEATH,ASSUMPTION,MARY

Sailko | CC BY SA 4.0

Larry Peterson - publicado em 14/08/19

Teria a Virgem Maria experimentado a morte física antes de assumir "corpo e alma na glória celestial"?

Em novembro de 1950, o Papa Pio XII determinou solenemente o dogma, segundo o qual “a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, tendo completado o curso de sua vida terrena, assumiu corpo e alma na glória celestial”.

Nós conhecemos este fato como a Assunção da Virgem Maria, cuja celebração, em 15 de agosto, é um Dia Santo de Obrigação.

Esta definição solene não aborda o fato de Maria ter morrido ou não fisicamente antes de ser levada por Deus ao céu. Tudo o que o documento diz é “ter completado o curso de sua vida terrena”.

Os católicos não são obrigados a acreditar se Maria morreu antes da assunção de seu corpo e alma ao céu.

As Igrejas Orientais, por exemplo, se concentram mais na Festa da Dormição da Mãe de Deus, também celebrada em 15 de agosto, do que em sua Assunção ao céu.

O Catecismo da Igreja Católica esclarece:

“Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte». A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação na ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos:‘No teu parto guardaste a virgindade e na tua dormição não abandonaste a mundo, ó Mãe de Deus: alcançaste a fonte da vida. Tu que concebeste o Deus vivo e que, pelas tuas orações, hás-de livrar as nossas almas da morte'”

Vários papas e documentos da Igreja referem-se a esses mistérios, alguns afirmando que Maria experimentou uma morte natural, embora seu corpo não tenha sofrido qualquer decomposição.

O Venerável Papa Pio XII refere-se à morte de Maria por, pelo menos, cinco vezes. Por exemplo, no mesmo documento onde definiu o dogma da Assunção, ele escreveu: “o corpo da Bem-Aventurada Virgem Maria permaneceu incorrupto, mas… ela ganhou um triunfo sobre a morte, sua glorificação celestial após ter gerado seu Filho Unigênito, Jesus Cristo.”

O Papa São João Paulo II sugere que Maria tenha experimentado a morte natural antes de sua Assunção ao Céu. Em 25 de junho de 1997, em uma Audiência Geral, ele disse: “Para compartilhar a ressurreição de Cristo, Maria teve primeiro que compartilhar sua morte”.

No século VI, Gregório de Tours escreveu sobre a Dormição e, em seguida, sobre a Assunção:

Tendo o curso desta vida sido completado pela Vigem Maria, quando agora ela seria chamada deste mundo, todos os Apóstolos vieram juntos de suas várias regiões para a casa dela. E quando souberam que ela estava prestes a ser tirada do mundo, vigiaram junto com ela. E eis que o Senhor Jesus veio com Seus anjos e, levando sua alma, entregou-o ao anjo Miguel e retirou-se.

Ao amanhecer, no entanto, os apóstolos pegaram seu corpo em um esquife e o colocaram em um túmulo; e eles guardaram isto, esperando que o Senhor viesse. E eis que novamente o Senhor estava ao lado deles; e tendo sido recebido o corpo sagrado, ele ordenou que fosse levado numa nuvem ao paraíso: onde agora, reunido à alma, [Maria] se alegra com os escolhidos do Senhor, no gozo do bem de uma eternidade que irá nunca termina.”

Uma distinção fundamental a ter em mente: a Ascensão de Jesus foi realizada através do poder de Jesus como Deus. A Assunção da Mãe Santíssima foi feita  pelo poder de Deus, não sob o poder dela.

Portanto, não importa o que realmente tenha acontecido; sabemos que Nossa Mãe Santíssima foi levada ao céu, de corpo e alma.

O Catecismo da Igreja Católica acrescenta:

“Pela sua plena adesão à vontade do Pai, à obra redentora do Filho e a todas as moções do Espírito Santo, a Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. Por isso, ela é ‘membro eminente e inteiramente singular da Igreja’  e constitui mesmo ‘a realização exemplar’,o typus, da Igreja”.

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