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Quanto custa uma batina?

CASSOCK
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Reportagem local - publicado em 16/08/19
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Uma reflexão sobre a responsabilidade do sacerdócio

O texto abaixo foi retirado do perfil no Facebook do recém-ordenado Diácono Allan Victor Almeida Marandola. 
Trata-se uma bela reflexão sobre o poder e a responsabilidade que a veste talar carrega.
Leia até o fim:
O PREÇO DA BATINA
Alguns seminaristas e possíveis vocacionados às vezes perguntam quanto custa uma batina. 
Tenho apenas 17 dias (hoje completar-se-á o 18) de ministério diaconal. Sabe o que mais me chamou a atenção com relação ao uso da veste talar?
Não foi o número de pessoas que me vem pedir bênçãos e orações, embora seja grande; nem foi o número de histórias bonitas que ouvi, de pessoas que, ao verem a sotaina, recordaram-se da infância, do Padre da Primeira Comunhão, do sino da igrejinha, de quando eram coroinha etc. Uma pessoa até se emocionou; nem foram os olhares de reprovação — talvez compreensíveis — de quem vincula essa veste ao carreirismo, ao clericalismo, à soberba. 
NÃO!
O que mais me impressionou foi o número de pobres que a batina atrai. A cidade onde estou tem muitos pedintes (drogados, mendigos, andarilhos, flanelinhas etc.). O número de pessoas que me vem pedir dinheiro ou algo para comer é muito grande. Hoje mesmo, uma pessoa para cada quadra por onde andei (às vezes, duas).
O hábito talar não afasta o pobre e o oprimido, mas os atrai. E traz consigo uma pesada responsabilidade. Às vezes, sinto um peso muito grande, diria até que me sinto culpado, porque não posso ajudar a todos. Escolho um e o ajudo, comprando um salgado, quando posso. E quanto aos demais? O que dizer? O que fazer?
Muitos seminaristas procuram-me para dizer que querem usar batina, perguntar quem faz, quantos botões deve ter etc. Quer saber realmente o que é uma batina? Não a coloque apenas na igreja ou em eventos sociais. Aí, as pessoas virão pedir-lhe bênção. Antes, use-a com os pobres, os mais necessitados, os desamparados, aqueles que verão na sua batina um amparo ou um pedaço de pão.
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