Todo lar católico deve ser uma “igreja doméstica” – eis como chegar láAs famílias católicas não são apenas chamadas a frequentar a Igreja, mas também a trazer o espírito da Igreja para seus lares, permitindo que Cristo transforme radicalmente sua vida familiar. Desde os tempos antigos, a Igreja se refere ao lar como a Ecclesia domestica – “igreja doméstica”.
As famílias são de importância fundamental como centros de uma fé viva e radiante. Então, na prática, o que é uma “igreja doméstica”? A frase soa como bancos e vitrais na sala de estar, mas a realidade é mais simples e muito mais viável. A boa notícia é que o Catecismo oferece orientação às famílias sobre como se destacar em sua vocação.
1TESTEMUNHO
Os pais são os primeiros pela educação de seus filhos, e seu papel é tão importante que é quase impossível fornecer um substituto adequado a eles (cf. CIC 2221, 2223).
Os pais têm o direito e o dever de vigiar pela educação moral e a formação espiritual de seus filhos. Os pais são realmente chamados a ser missionários de seus filhos, compartilhando com eles alegremente o Evangelho.
Essa “educação nas virtudes” pode vir de inúmeras formas: orar juntos em família, ir à missa juntos, ler livros e assistir a filmes sobre Jesus Cristo e os santos. Existem muitas maneiras de ensinar às crianças a fé.
2SERVIÇO
Há uma bela frase no livro Kristin Lavransdatter: “Aquela que mais serve aos outros durante as férias é o mais abençoado.”
Um lar católico é chamado a ser “a primeira escola da vida cristã”, onde todos os membros participam dos sacramentos, oração e ação de graças, testemunhando de uma vida santa e a caridade.
Madre Teresa afirmava: “Lave o prato, não porque está sujo, nem porque lhe disseram para lavá-lo, mas porque você ama a pessoa que o usará em seguida”.
Quando cada membro da família coloca os outros em primeiro lugar, a felicidade reina. Os pais que modelam esse altruísmo são um meio poderoso de evangelização, tanto para os filhos quanto para os outros que os veem.
3HOSPITALIDADE
A Igreja também está atenta àqueles que talvez não tenham uma família.
“Não podem esquecer-se, também, certas pessoas que estão, em virtude das condições concretas em que têm de viver, muitas vezes sem assim o terem querido, particularmente próximas do coração de Cristo, e que merecem, portanto, a estima e a solicitude atenta da Igreja” (CIC 1658).
As famílias católicas têm um chamado especial, nessas situações, de abrir suas casas para aqueles que permanecem sem família por qualquer motivo:
“A todas é necessário abrir as portas dos lares, «igrejas domésticas», e da grande família que é a Igreja. Ninguém se sinta privado de família neste mundo: a Igreja é casa e família para todos” (1658).
Essa hospitalidade é uma oportunidade ideal para modelar a educação pela fé e a abnegação que os pais procuram ensinar aos filhos.
Nosso mundo precisa desesperadamente de famílias transformadas por Cristo. A sociedade moderna está sendo consumida pela chaga do desespero.
Em face dessa desesperança generalizada, os cristãos têm o dever de testemunhar o Evangelho, a luz e a esperança que Cristo traz. Vivendo e trabalhando no meio do mundo como elas vivem, as famílias têm uma oportunidade privilegiada de oferecer esse testemunho.
Nos inícios da Igreja, as famílias que passaram a ser crentes “eram pequenas ilhas de vida cristã no meio dum mundo descrente“ (1655). Em um mundo que mais uma vez se torna hostil à fé cristã, oramos para que nossas famílias sejam essas ilhas da vida cristã, oferecendo a todos que entrarem em contato conosco um porto seguro.