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Nossa Senhora da Salete: desde 1846, um anúncio do que estamos vivendo hoje

Our Lady of La Salette

Sidney de Almeida | Shutterstock

Reportagem local - publicado em 19/09/19 - atualizado em 22/09/23

A cada um dos jovens, ela transmitiu um segredo que o outro não ouviu; pediu-lhes oração e os orientou a divulgar a sua mensagem

Era o dia 19 de setembro de 1846 quando, no sul da França, Nossa Senhora apareceu para dois jovens e humildes cuidadores de vacas: Mélanie Calvat, de 15 anos, e Maximin Giraud, de apenas 11. Nenhum deles sabia ler nem escrever, nem tinha qualquer instrução religiosa.

A década de 1840 tinha mergulhado a França em turbulências políticas que levaram à diminuição da prática religiosa e ao aumento de conflitos, doença, fome. Por consequência desses flagelos, o país também viveu uma onda de emigração.

Nesse contexto, nos campos próximos da aldeia de La Salette, os dois jovens visionários relataram ter visto um globo brilhante de luz que se abriu para revelar uma bela Senhora que chorava, sentada sobre uma rocha. Ela usava uma coroa de ouro, um vestido de luz, sandálias adornadas com rosas e um crucifixo de ouro que pendia de uma corrente ao pescoço, com um par de pinças de um lado e um martelo no outro.

A Senhora falou com os adolescentes primeiro em francês e depois no seu dialeto ocitano. Com grande tristeza, mencionou a descrença das pessoas e, especificamente, a ofensa de trabalharem aos domingos e de usarem linguajar blasfemo. Também avisou sobre a vinda iminente de colheitas raquíticas e de uma grande fome caso a sua mensagem não fosse ouvida.

A cada um dos dois jovens, Nossa Senhora transmitiu um segredo que o outro não ouviu. Pediu-lhes que fizessem as suas orações e os orientou a divulgar a mensagem dela às pessoas. A Senhora da Luz desapareceu lentamente e o globo de luz foi ficando cada vez menor, elevando-se no ar até não ser mais visto.

Durante os dias seguintes à aparição, as crianças tiveram que contar a história várias vezes, sob rigorosos interrogatórios, além de serem levadas ao local da visão inúmeras vezes. Numa das idas, os interrogadores quebraram um pedaço da rocha sobre a qual Nossa Senhora tinha se sentado. Irrompeu dali uma fonte, a cujas águas foram atribuídas, depois, muitas curas milagrosas.

Começaram as peregrinações ao local, a despeito da forte oposição das autoridades. Em meio a questionamentos e ameaças para se retratarem, os dois visionários mantiveram a coerência dos seus relatos. Em 1846, a região sofreu uma quebra da safra, seguida, em 1847, por uma grande fome em todo o continente europeu. Milhares de mortes foram registradas no continente: só na França, mais de 100 mil vítimas.

Depois de quatro anos e duas investigações, o bispo de Grenoble aprovou a devoção a Nossa Senhora de La Salette, que, em 1851, veio a ser confirmada oficialmente pelo Papa Pio IX.

Durante o resto da vida, os visionários tiveram de conviver com a as controvérsia. Seus segredos acabaram publicados. O de Maximin tratava da perda da fé na França, da Igreja se movendo na escuridão e da ascensão do anticristo. O de Mélanie falava da perda da fé em Roma e de uma vindoura perseguição contra o Papa, os sacerdotes e os religiosos.

A mensagem universal de Nossa Senhora se voltava à conversão, à penitência e à oração. Seu título em La Salette é “Reconciliadora dos pecadores“.

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