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O amor através dos contos de fada: o anseio pelo outro

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La principessa disneyana Aurora in La bella addormentata nel bosco, 1959

Talita Rodrigues - publicado em 23/09/19

Muitas vezes acreditamos que só o outro poderá nos socorrer e que só o outro poderá nos fazer despertar para a vida. Será?
Sabemos que nós, mulheres, temos a tendência de sermos mais afetivas e mais exigentes quando o assunto, é o amor.
Nos contos de fada, a coisa não é diferente. Como exemplo, temos a história da Branca de Neve, em que, após provar da maçã envenenada, a moça caiu num sono eterno e só despertou após o beijo do seu grande amor.
Quantas mulheres esperam pelo amor de suas vidas para serem despertadas para a vida?
Sem percebermos, quase sempre vivemos um conto de fadas adormecido, que remete ao anseio pelo outro.
O anseio pelo outro é um assunto importantíssimo quando falamos de mulheres. Muitas vezes, acreditamos que só o outro poderá nos socorrer e que só o outro poderá nos fazer despertar para a vida. Nos esquecemos que já temos este poder, e que somos escritoras de nosso próprio conto de vida.
Nem sempre, seremos a Branca de Neve, a Cinderela, ou a Bela Adormecida. Às vezes, seremos só nós mesmas – humanas e imperfeitas – esperando pelo despertar tão esperado que, muitas vezes, será feito por nós mesmas.
O anseio pelo outro é bom e importante, contudo, se não darmos a devida atenção e o tratarmos com maturidade, este anseio é capaz de fazer-nos depender do outro de uma forma prejudicial, onde lembraremos do outro e nos esquecermos de nós.
Não raramente, observo mulheres vítimas e dependentes de relacionamentos falidos. Relacionamentos que só trazem dor, que reforçam o pensamento de que não são capazes e que de não merecem ser amadas. Sim, o anseio exacerbado e exagerado pelo outro pode proporcionar isso.
É preciso lembrar que nem sempre o outro poderá nos socorrer. Nem sempre o outro poderá nos despertar – porque talvez, nem ele foi despertado pela vida também.
É preciso lembrar-nos sempre de que a vida real não espera pelo outro, e que, muitas vezes, a única alternativa que sobra em meio a dor para tantas mulheres é a de ser forte haja o que houver.
Somos princesas, do mundo real. Princesas que não são imunes à dor e ao sofrimento. Princesas que enfrentam grandes batalhas todos os dias, e que, ainda assim, ao final do dia, são mulheres, profissionais, esposas e mães.
Que tenhamos coragem suficiente para sermos princesas de nossos próprios contos de vida, e que aceitemos com amor e com o coração contido quem somos de fato, com nossas possibilidades e impossibilidades.  Afinal, só conseguimos mostrar ao outro aquilo que nós mesmas enxergamos em nós. Ame-se o suficiente, para que seja amada pelo outro!
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