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Pesquisa mostra qual é a jornada ideal de trabalho para não afetar a sua saúde

COWORKER

Pexels - CC0

Patricia Bailey - publicado em 27/09/19

Será que você anda trabalhando demais?

O equilíbrio entre vida profissional e pessoal deve ser exatamente isso: uma questão de equilíbrio. E não há dúvida que a maioria de nós sente que o equilíbrio pesa muito para o lado trabalho, com pouco tempo para viver.

Mas esse equilíbrio é especialmente difícil para trabalhadores acima de 40 anos, como confirmou um estudo de 2016 do Melbourne Institute.

Uma equipe de pesquisadores australianos e japoneses examinou mais de 3.000 homens e 3.500 mulheres com mais de 40 anos na Austrália para ver como uma semana de trabalho mais longa ou mais curta afetava a função cognitiva deles.

Descobriu-se que, tanto para homens quanto para mulheres, uma semana de trabalho de 25 horas levava ao melhor desempenho cognitivo. Trabalhar mais de 55 horas por semana teve o pior impacto, pois o estresse atrapalha nossa capacidade de pensar e resolver problemas de maneira eficaz.

Por outro lado, estar desempregado era quase tão ruim quanto trabalhar demais. Precisamos de alguma estimulação cerebral para permanecermos afiados, e o desemprego também traz certo estresse.

No mundo ideal, trabalhadores com mais de 40 anos deveriam diminuir gradualmente suas horas, trabalhando menos horas por dia ou tirando um dia inteiro de folga, com uma semana de trabalho de quatro dias e um fim de semana de três.

Mas, no mundo real, não funciona bem assim, né? Ainda somos escravos do trabalho em tempo integral – a menos que sejamos autônomos, muitos de nós ficamos presos a mais de 40 horas semanais de trabalho.

Nos EUA, por exemplo, quase 86% dos homens e  67% das mulheres trabalham mais de 40 horas por semana. O país tem o menor número de feriados do mundo e o menor período de férias remuneradas de acordo com o Center for Economic and Policy Research. E não vamos nem falar sobre licença de maternidade.

Empresas que cuidam de seus funcionários

Mas há pontos brilhantes de esperança no horizonte. Algumas empresas adotaram uma nova abordagem – não muito diferente da decisão revolucionária de Henry Ford de reduzir a jornada de trabalho de seus funcionários de nove para oito horas, dobrando seu salário.

Hoje Henry Ford é Yvon Chouinard, o fundador da Patagonia, empresa especializada em roupas e artigos esportivos ecologicamente corretos. Todo fim de semana alternado é de três dias, para que os funcionários possam sair e desfrutar da natureza. Chouinard, que também é autor de Let My People Go Surfing: The Education of a Relutant Businessman, dá a seus funcionários a liberdade de definir seu próprio horário e proíbe o trabalho extra. De fato, o prédio da sede fica trancado após as 20h e nos finais de semana.

Os funcionários da Patagonia que ganham bebês – mães e pais – recebem licença  paga por dois meses. Todo mundo tira férias, e os funcionários também podem fazer sessões sabáticas pagas por dois meses para trabalhar em projetos ambientais.

Não é uma semana de trabalho de 25 horas, mas é uma carga reduzida que ajuda os funcionários a recarregar as baterias.

E a Patagonia não é a única. Há também Zillow.Embora esteja enraizada na famosa indústria de tecnologia do Vale do Silício, a Zillow incentiva os funcionários a deixar o escritório às 17h – ou mais cedo, se assim o desejarem.

A empresa Zillow não limita o tempo de férias e, após seis anos, os funcionários podem solicitar um período sabático de seis semanas para usar como desejarem. A empresa valoriza a produção ao longo do tempo, para que os funcionários não precisem passar longas horas no escritório para serem vistos como os principais colaboradores; o trabalho deles fala por si só, e o trabalho remoto é permitido.

A lucratividade da Patagonia e Zillow mostra que as empresas podem cuidar dos funcionários sem prejudicar os resultados. As vendas da Patagonia atingiram 750 milhões em 2016 e seu fundador é bilionário. A Zillow tornou-se pública em 2011 e gera mais de 1 bilhão em receita anual.

Ambas as empresas estão florescendo … e seus funcionários também. O que seria necessário para outras empresas seguirem o exemplo?


POPE JOHN PAUL II

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