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ONU propõe ‘New Deal verde mundial’ para estimular economia

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Agências de Notícias - publicado em 30/09/19
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A descarbonização da economia mundial precisará de um aumento significativo do investimento públicoO mundo deve repensar completamente seu modelo de desenvolvimento econômico, para responder melhor aos problemas ambientais e de desenvolvimento, concluiu nesta quarta-feira (25) a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês), em relatório que propõe um “New Deal verde mundial”.

Desta forma, a UNCTAD faz alusão ao “New Deal” o presidente americano Franklin Roosevelt, que permitiu tirar a economia americana da Grande Depressão nos anos 1930.

“Em vista da configuração atual das políticas, regras, dinâmica dos mercados e poder das grandes empresas, as desigualdades poderiam aumentar e a degradação do meio ambiente, se acentuar”, indicou Richard Kozul-Wright, diretor da divisão da UNCTAD, encarregada de elaborar o informe.

“Um novo pacto verde mundial é urgente e essencial e pode ser realizado”, disse por sua vez Alex Izurieta, economista da UNCTAD, que apresentou o relatório na sede da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) em Santiago do Chile.

Os autores do informe propõem um novo ponto de partida ecológico mundial “para romper com os anos de austeridade e insegurança que se seguiram à crise financeira de 2008, contribuir para uma distribuição mais equitativa dos ganhos e reverter o processo de degradação do meio ambiente desencadeado décadas atrás”.

O informe inclui diretrizes para os países desenvolvidos que pode resultar em taxas de crescimento do PIB superiores a 1% ou 1,5%, com relação aos obtidos sob a atual estrutura da economia mundial.

Os países em vias de desenvolvimento registrariam, por sua vez, crescimentos mais importantes, de 1,5% a 2% ao ano, exceto a China, país para o qual estes ganhos seriam mais moderados.

Segundo a UNCTAD, um aumento anual em investimentos verdes da ordem de 2% da produção mundial – 1,7 bilhão de dólares, ou seja, apenas um terço do que os países gastam atualmente em subvenções aos combustíveis fósseis − poderia levar à criação líquida de pelo menos 170 milhões de empregos em nível mundial.

Isto permitiria, ainda, favorecer uma industrialização respeitosa com o meio ambiente nos países do sul e contribuir para uma redução global das emissões de carbono até 2030, segundo os economistas da UNCTAD.

A descarbonização da economia mundial precisará de um aumento significativo do investimento público, particularmente em sistemas limpos de transporte, alimentação e energia.

Izurieta explicou ser possível financiar “de forma equitativa” este “New Deal verde mundial”, mas que isto “requer maior vontade política e uma mudança nas atuais estratégicas econômicas”.

Neste sentido, o relatório afirma que o recurso crescente a investimentos para eliminar a pobreza e alcançar os objetivos da ONU para 2030 sobre nutrição, saúde e educação, se tornará um peso financeiro insustentável para muitos países em desenvolvimento.

(AFP)

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