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Quer que seus filhos sejam emocionalmente inteligentes? Dê a eles lápis e papel

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Calah Alexander - publicado em 02/10/19

A caligrafia é mais do que uma habilidade - ela desenvolve caminhos neurais que se cruzam com nossas emoções

Confissão: eu tenho uma caligrafia terrível. Mas nem sempre foi assim. Na quarta série, eu tinha uma letra bonita. Tão bonita que minha professora me mandou escrever o versículo preferido da nossa turma para pendurar na parede da classe.

Eu mantive essa caligrafia até o Ensino Médio. Lentamente, eu abandonei minha letra. Na faculdade, eu desenvolvi uma estranha confusão entre letras cursivas. E depois veio o advento dos laptops, e minha anotação manual foi substituída por textos digitados.

De frente a um computador, focada nos trabalhos, minha mente foi perdendo a liberdade de vagar, criar, explorar.

Sei que já tive a capacidade de escrever lindamente, mas, como se vê, a caligrafia não é como andar de bicicleta. Não é só voltar. Depois de perdê-la, é difícil… talvez se possa recuperar, mas ao custo de horas de prática que as mães de filhos pequenos simplesmente não têm.

Eu sinto a perda da escrita à mão há décadas. Como resultado, incentivei meus filhos a usar e desenvolver sua letra com o que às vezes parece uma ênfase desproporcional. Mas pode não ser tão exagerado quanto eu pensava. De acordo com Medium, escrever manualmente, na verdade, estimula caminhos emocionais no cérebro que, sem a caligrafia, podem permanecer inativos.

O processo de escrever à mão envolve caminhos cerebrais relacionados às áreas que gerenciam emoções, afirma Virginia Berninger, professora emérita de educação na Universidade de Washington.

Digitar uma letra totalmente formada em um teclado é um tipo de tarefa muito diferente – que não envolve essas mesmas vias cerebrais. “É possível que não haja a mesma conexão com a parte emocional do cérebro” quando as pessoas digitam, em vez de escrever à mão, diz Berninger.

Honestamente, sinto-me aliviada e triste por isso. Explica por que não escrevo mais poesia e também por que me sinto tão triste quando penso na caligrafia que perdi. No entanto, há uma lição aqui. Praticar caligrafia não é um tipo de tortura do século XIX. É uma habilidade genuína que vale a pena aprender apenas pelos benefícios cognitivos. Incentivar nossos filhos a desenvolver sua letra é uma maneira de ajudá-los a conectar suas mentes com suas emoções. É uma maneira de ajudá-los a viver uma vida emocionalmente mais autoconsciente e inteligente.

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