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Papa: a caridade é maior antídoto contra as tendências de nosso tempo

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Vatican News - publicado em 04/10/19
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“A caridade para com o próximo nos estimula a nos reconhecermos como filhos de um único Pai, que nos criou e nos ama”Teve início às 17 horas desta quinta-feira, 3, em Santiago de Compostela, Espanha, a anual Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, com o título: “Europa, hora de despertar? Os sinais da esperança”.

Destino de muitos peregrinos de toda a Europa, Santiago “é um lugar altamente simbólico para redescobrir a grande riqueza da Europa unida em sua tradição religiosa e cultural, porém tão marcada por múltiplas peculiaridades que compõem sua riqueza”, escreveu o Papa em uma mensagem enviada ao cardeal Angelo Bagnasco.

Francisco pede aos irmãos no episcopado para que “vivam estes dias como um caminho que perceba os sinais de esperança que constelam a Europa em nossos dias”. Existem muitos deles, observou ele, muitas vezes escondidos que quase nem os percebemos.

Eles são percebidos, por exemplo, a partir da preocupação de muitos de nossos irmãos pelos que sofrem e passam por necessidades, “especialmente os doentes, os presos, os pobres, os migrantes e os refugiados; como também no compromisso no campo cultural, especialmente na educação dos mais jovens. Eles são o futuro da Europa”.

“A fé no Senhor ressuscitado faz com que os cristãos sejam destemidos na caridade e este é o maior antídoto contra as tendências do nosso tempo, pleno de lacerações e oposições.”

Neste sentido – pede o Santo Padre – que o vosso seja um compromisso de caridade. “Este é o caminho principal da vida do cristão, como nos ensina Jesus” em Mateus 25, 35-36. “Cada vez que fazemos uma destas coisas a um de nossos irmãos, é ao Senhor Jesus que o fazemos! Esta gratuidade constitui um sinal tangível de esperança, já que nos leva a olhar para o outro como pessoa”.

Os populismos que crescem em nossos dias – observou o Pontífice – “alimentam-se da busca constante de contrastes, que não abrem o coração, mas o aprisionam entre paredes de ressentimento sufocantes. A caridade, ao contrário, abre e faz respirar. Ela não opõe as pessoas entre si, mas vê as necessidades de cada um de nós refletidas na “necessidade dos últimos”, porque somos todos um pouco indigentes, todos um pouco frágeis, todos necessitados de cuidados”:

“A caridade para com o próximo nos estimula a nos reconhecermos como filhos de um único Pai, que nos criou e nos ama. Portanto, que não diminua nosso compromisso de testemunhar a fé em nosso tempo muitas vezes perdido, sabendo que a fé não é transmitida por meio do proselitismo, mas sim pela atração, isto é, através do testemunho. Não se trata de representar esquemas do passado, mas de nos deixarmos guiar pelo Espírito do Senhor para propor o alegria que emana do Evangelho aos homens e mulheres que encontramos em nosso ministério diário.

Para ajudar a descobrir isto, o Papa Francisco propõe a figura de três grandes Santas, proclamadas por São João Paulo II co-Padroeiras da Europa em 1º de outubro de 1999: Santa Brígida da Suécia, Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein).

“Juntas, elas nos mostram a caridade vivida na família, fundamento de toda sociedade humana e como serviço ao próximo na verdade e no sacrifício. Seus gestos simples são cheios de esperança, porque estão repletos do amor que “move o sol e outras estrelas” e que nos torna plenamente humanos”.

“Ao empreender esse caminho de proximidade aos outros, ao inclinar-se sobre as feridas dos perdidos, indefesos e marginalizados, a Igreja renovará seu compromisso na construção da Europa, uma responsabilidade que não cessou, nem mesmo entre muitas dificuldades, desde que Paulo, Silas e Timóteo desembarcaram nas costas da Europa.”

Através do compromisso com o que é mais valioso para a tradição do continente, isto é, “a defesa da vida e da dignidade humana, a promoção da família e o respeito pelos direitos fundamentais da pessoa”, a Europa poderá “crescer como uma família de povos, terra de paz e de esperança.”  E que na fidelidade ao seu Senhor e às próprias raízes,  “não falte o povo de Deus que trabalha por um novo humanismo europeu.”

(Vatican News)

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