Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quinta-feira 25 Abril |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Papa mobiliza Igreja para salvar Amazônia da devastação e da pobreza

SYNOD2018

Antoine Mekary | ALETEIA | I.MEDIA

Agências de Notícias - publicado em 06/10/19

Com esse debate histórico para a Igreja, Francisco quer dar uma resposta que pede uma "ecologia integral"

O Papa Francisco inaugura no domingo (6), no Vaticano, um sínodo (assembleia de bispos) dedicado à defesa da Amazônia e de seus habitantes, em um momento em que essa enorme região é ameaçada por incêndios, devastação e miséria.

Considerado o pontífice mais sensível aos problemas ecológicos, após publicar em 2015 a encíclica “Laudato si”, o papa argentino quer mobilizar e sensibilizar os dirigentes do planeta sobre os grandes males deste imenso território.

A Amazônia engloba nove países da América do Sul, mede 7,5 milhões de quilômetros quadrados e é conhecida por suas selvas tropicais ricas em biodiversidade.

“A devastação da natureza pode levar à morte da humanidade”, afirmou o papa, recentemente, em uma entrevista ao jornal “La Stampa”, na qual fez um apelo pela preservação da floresta.

Ao todo, 114 “padres sinodais” provenientes da região pan-amazônica, além dos bispos da região junto com especialistas, missionários e indígenas, participarão por três semanas, até 27 de outubro, das reuniões convocadas sob o lema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

Ao fim da reunião, os bispos entregarão um documento final com suas recomendações ao pontífice. Com base neste texto aprovado por pelo menos dois terços dos prelados, Francisco vai preparar uma “exortação apostólica”.

Cerca de 87.000 indígenas amazônicos foram consultados sobre as principais ameaças que pesam sobre suas comunidades, ameaçadas pelos que cobiçam o petróleo, o gás, a madeira, o ouro e que buscam mais extensões de monoculturas agroindustriais, como a soja.

Francisco considera a Amazônia “um lugar representativo e decisivo”, onde há muitos interesses em jogo, e se comprometeu a lutar contra sua devastação em resposta ao profundo sofrimento dos indígenas por sua terra.

Com esse debate histórico para a Igreja, Francisco quer dar uma resposta que pede uma “ecologia integral”, a qual leve em consideração “o clamor da terra e dos pobres”.

As atividades do sínodo, uma das instâncias mais democráticas da Igreja, fruto do Concílio Vaticano II, baseiam-se em um documento de trabalho de 80 páginas, no qual estão expostos os maiores males da região.

O documento pede que se ouça o grito da “Mãe Terra”, assaltada e gravemente ferida pelo modelo econômico baseado em um “desenvolvimento predador”, “que mata”, “saqueia”, “destrói” e “aniquila”.

O papa contará com um relator prestigioso, o cardeal brasileiro Claudio Hummes, que conhece de perto a dura realidade dessa imensa região. Lá, a Igreja católica vem perdendo cada vez mais fiéis, que aderem às correntes evangélicas.

– Árvore plantada –

Antes mesmo do início do sínodo, Francisco convidou cerca de 20 representantes de povos indígenas da Amazônia para plantar nesta sexta uma árvore nos jardins do Vaticano, um gesto simbólico para demonstrar sua proximidade e apoio.

Na cerimônia, com pequenos ritos e canções religiosas, um pequeno carvalho verde foi plantado com terras das florestas tropicais na cidade italiana de Assis, local de origem de São Francisco de Assis, fundador da ordem franciscana e defensor dos pobres e da natureza.

A celebração comemorou o 40º aniversário da proclamação de São Francisco como padroeiro dos ecologistas pelo papa João Paulo II e consagrou o santo italiano como protetor do Sínodo.

(Com AFP)

Tags:
PapaSínodo
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia