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Acusador de padre que foi expulso do sacerdócio confessa que mentiu contra ele

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Antonio Molina (Reprodução)

Reportagem local - publicado em 17/10/19

O sacerdote chegou a perder o estado clerical por causa de falsas acusações de orgias e abusos sexuais

Isaí Ernesto Mendoza, de 36 anos, um dos acusadores de abuso sexual contra um padre em El Salvador, se retratou neste último dia 8 de outubro, perante um tribunal do país, admitindo:

“Tudo o que eu disse é falso. Quero pedir desculpas públicas pelas declarações que fiz falsamente diante do arcebispado”.

O padre acusado, Antonio Molina, foi expulso do estado clerical pelo Vaticano.

Isaí Mendoza o havia acusado à Arquidiocese de San Salvador por supostas orgias e por tê-lo estuprado quando adolescente, época em que era coroinha na paróquia do sacerdote. O processo foi marcado por contradições, entre as quais a própria dúvida sobre o fato de o jovem ter mesmo chegado a morar no município de Panchimalco, cenário dos alegados abusos.

A Congregação para a Doutrina da Fé decidiu expulsar o sacerdote do estado clerical, o que lhe foi comunicado por dom José Luis Escobar Alas, arcebispo de San Salvador, como uma “sanção inapelável”.

Duas irmãs gêmeas também denunciaram Antonio Molina por tê-las supostamente acariciado de modo lascivo, mas elas também se retrataram diante da justiça.

Ao jornal salvadorenho La Prensa Gráfica, Molina declarou que se sente

“…do mesmo jeito que no início: inocente. E feliz também. Não posso mentir que me sinto satisfeito. Dou graças a Deus porque toda essa história terminou. Ainda não sei o que está por vir, mas enfrentarei com toda a paciência e serenidade. O que acho que vale a pena é que saibam que eu não tenho ódio, nem rancor, nem desejo de vingança contra ninguém”.

Ao canal de televisão TN 21, Molina falou da possibilidade de retomar o sacerdócio:

“Não posso exigir nada. O Santo Padre, o Papa, acho que se for devidamente informado por dom José Luis Escobar Alas ou também pelo senhor cardeal, que é meu grande amigo, Gregorio Rosa Chávez… O que o Papa decidir, vamos obedecer, sem nenhuma pretensão”.

Por sua vez, a Arquidiocese de San Salvador divulgou um vídeo em que dom Escobar Alas explica a existência de

“…duas legislações diferentes e independentes: a legislação canônica da Igreja e a legislação civil, criminal e do Estado. Nós, como diocese, apenas escutamos as vítimas, recolhemos a sua denúncia e a encaminhamos para a Santa Sé. E também escutamos, é claro, o sacerdote que é denunciado. Além disso, recolhemos as declarações das testemunhas, quando existem. Mas o processo propriamente dito é realizado pelo Vaticano”.

O arcebispo acrescentou não saber quais serão os efeitos das retratações perante a Santa Sé e reiterou que a decisão “não está em nossas mãos”.

Não é, nem de longe, um caso isolado de sacerdote falsamente acusado e injustamente condenado por um crime que não cometeu. Confira outros:




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