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Fake news requentadas: Lula teria 243 milhões de euros no Banco do Vaticano?

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Reportagem local - publicado em 21/10/19
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Segundo os boatos, políticos sul-americanos estariam envolvidos em lavagem de dinheiro iniciada por Cristina Kirchner em cumplicidade com… o Papa Francisco (!)A agência internacional católica ACI Digital noticiou nesta segunda que voltaram a circular recentemente, em redes sociais, boatos sobre uma suposta conta do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva no Instituto para as Obras de Religião (IOR), popularmente apelidado de “Banco do Vaticano”. Segundo as “fake news” requentadas, haveria 243 milhões de euros depositados em tal conta.

Trata-se de uma reedição de boatos já desmentidos em 11 de janeiro deste ano via comunicado oficial assinado pelo então diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, que respondeu a publicações do jornal colombiano El Expediente:

“Depois de verificar com as autoridades competentes, posso afirmar que nenhuma das pessoas mencionadas no artigo de ‘El Expediente’ já teve uma conta bancária no IOR, nem a possui atualmente, nem possui a assinatura de delegação em contas de terceiros, nem teria – sob as bases das novas normas adotadas pelo Instituto – nenhum título para acessar qualquer operação nele. Os documentos apresentados como evidência são falsos. O IOR se reserva a faculdade de tomar as ações legais cabíveis”.

O mencionado jornal havia publicado que existiriam no IOR contas secretas em nome dos presidentes ou ex-presidentes Juan Manuel Santos, da Colômbia, Cristina Fernández de Kirchner, da Argentina, Rafael Correa, do Equador, Raúl Castro, de Cuba, Daniel Ortega, da Nicarágua, Evo Morales, da Bolívia, e Nicolás Maduro, da Venezuela, além de Lula.

Segundo El Expediente, estaria em curso uma operação de lavagem de dinheiro desses líderes latino-americanos denominada “Rota do Dinheiro K”. A inicial se refere a Cristina Kirchner, porque o esquema teria sido iniciado pela ex-presidente argentina “junto com seu compatriota, o Papa Jorge Mario Bergoglio” (!)

Uma vez apontada pelo Vaticano a falsidade dos supostos documentos apresentados pelo jornal colombiano, os boatos se dissiparam, mas voltaram a ser disseminados por alguns grupos de WhatsApp e páginas de redes sociais nos últimos dias, com as mesmas inconsistências já contestadas no início do ano.