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Por que os hipsters dão grandes católicos

ALETEIA POLSKA

Michael Rennier - publicado em 23/10/19

Eles geralmente são mal compreendidos, mas aqui está o que há de tão bom num hipster

Há 10 anos, quando minha esposa e eu estávamos no processo de conversão ao catolicismo, mudamo-nos para St. Louis, onde comecei a estudar para o sacerdócio. Decidimos morar em um bairro urbano, onde podíamos caminhar até uma cafeteria e andar de bicicleta até o mercado local.

Começamos a criar galinhas em nosso quintal. Comecei a preparar e engarrafar minha própria cerveja em casa. Eu usava equipamento de som estéreo antigo, comprei um toca-discos e comecei a dizer pretensiosamente a quem quisesse ouvir: “a qualidade do som é muito melhor”.

Passamos muitas noites ouvindo músicas indie e cantando com as crianças. Depois de um tempo, comecei a ficar encabulado: por acaso nos tornamos uma família de descolados?

Se você não sabe o que é um hipster, provavelmente é porque os hipsters se recusam a admitir que eles são, de fato, hipsters. Faz parte da cultura deles rejeitar qualquer coisa que pareça ser um rótulo artificial. Por esse motivo, mesmo tendo minhas suspeitas, irei ao meu túmulo negando que sou um deles.

Os hipsters são frequentemente ridicularizados por serem excessivamente exigentes e irreais. Eles são vistos como desdenhosos e excessivamente irônicos. Eu tenho que admitir, no entanto, que realmente gosto deles.

Na minha opinião, hipsters são pessoas que tentam tornar significativas todas as suas escolhas, não importa quão insignificantes possam parecer. Eles pensam profundamente em suas roupas, música, café, meio de transporte, livros e comida.

Eles estão dispostos a nadar contra a cultura pop para estabelecer conexões humanas reais. Por exemplo, eles preferem bairros pequenos e compram em mercados e lojas de produtos locais.

Muitas vezes, eles se destacam por causa disso e com certeza podem exagerar, mas eles estão fazendo o que querem, tentando ser autênticos em um mundo que muitas vezes parece consumista e artificial. Eles frequentemente se rebelam completamente contra o que consideram uma sociedade que nos desumaniza.

Na pior das hipóteses, os descolados podem ser inflexíveis. Eles podem ficar presos em minúcias sem importância. Na melhor das hipóteses, eles são criativos e atenciosos, profundamente preocupados em viver uma vida significativa e realizada.

Aqui está o que eu sei sobre hipsters, com certeza: eles se preocupam com o meio ambiente e a dignidade humana, buscam experiências contemplativas, adoram sair com os amigos, passam um tempo trabalhando na sua espiritualidade e, na sua busca pela autenticidade, acabam muitas vezes remando contra a corrente. Pense nessa lista por um minuto – algo soa familiar? É isso mesmo, o catolicismo é o melhor empreendimento moderno.

Santos com barbas gigantes incríveis? Há muitos. Mulheres magníficas que se inspiraram na Virgem Maria? Há muitas. Lindas e imponentes catedrais que existem simplesmente para acrescentar um pouco de beleza ao mundo? Há muitas. Monges que torram café e fazem cerveja caseira? Há muitos. Um respeito saudável pela cultura retrô como o canto gregoriano? Com certeza. O melhor de tudo é que tivemos um Santo Padre dos descolados, o santo padroeiro de tudo que é legal e autêntico: o Papa São João Paulo II.

João Paulo II era tão bom em ser um hipster que ele o era antes mesmo do termo moderno ser inventado. Ele era conhecido por usar óculos de sol legais, tênis Converse e chapéu. Ele remava contra a corrente e não teve nenhum problema em enfrentar governos totalitários.

Como padre na Polônia, ele costumava reunir grupos de jovens adultos para fazer retiros com ele nas montanhas, onde passavam algum tempo reunidos, tocando música, rezando e caminhando. Ele amava santos obscuros, pessoas tão excepcionalmente legais que ninguém mais tinha ouvido falar.

O que eu amo em João Paulo II não é tanto que ele era um “proto-hipster”, mas ele era muito mais. Ele viveu uma vida autêntica no mundo moderno e, como tal, nunca pôde ser categorizado. Ele nunca seguiu a multidão e foi corajoso o suficiente para ser ele mesmo em toda e qualquer circunstância.

Se hispsters são pessoas que estão tentando encontrar uma maneira autêntica e bonita de existir, eles devem conferir João Paulo II, porque ele é a melhor versão que eles podem imaginar.

Ele sempre foi genuinamente ele mesmo e expressou uma profunda alegria. Através de suas ações e fé, ele procurou viver sua melhor vida possível. Nada poderia ser mais legal do que isso.

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