Professor americano compartilha o resultado de sua pesquisa sobre o tema O Catecismo da Igreja Católica diz o que a literatura específica e outras disciplinas concordam: o homem é um ser religioso, com a tendência de acreditar e procurar se relacionar com um ser transcendente que ele não pode ver, mas que está relacionado a sua origem.
No entanto, como a Igreja também reconhece, os adultos de hoje não parecem muito preocupados com a dimensão religiosa da vida – pelo menos não muitos deles, particularmente em ambientes urbanos. Mas e as crianças? Elas estão abertas ao transcendental, mesmo quando seus pais parecem negar sua existência?
O Centro Ian Ramsey de Ciência e Religião, da Universidade de Oxford, compartilhou em seu site e no YouTube uma série de vídeos chamada “Explorations” (“Explorações”). Em um deles, Justin Barrett, professor de psicologia e coordenador do programa de doutorado em ciências psicológicas do Departamento de Psicologia Doutoral do Fuller Theological Seminary, um dos fundadores do campo das ciências cognitivas da religião, confirma que as crianças são naturalmente religiosas.
Barrett, autor do livro Born Believers, explica que muitos estudos sobre as crenças religiosas das crianças foram realizados em diferentes países, culturas e continentes ao redor do mundo. Em todos, diz eles, “estamos vendo um padrão emergente. No nível mais amplo, é realmente notável: as crianças parecem ter essa real abertura e receptividade às crenças religiosas”. Isso se aplica às crianças em geral, não apenas àquelas criadas em famílias religiosas.
Barret explica que “mesmo as crianças que são criadas por pais não religiosos. geralmente mostram uma espécie de pensamentos religiosos, às vezes para vergonha ou decepção de seus pais”.
De fato, diz ele, é surpreendente como as crianças estão “realmente ansiosas para pensar em deuses de diferentes tipos, rezar e se envolver em rituais”, e isso leva à pergunta óbvia: “Por quê?” A resposta é: este comportamento está enraizado na natureza curiosa das crianças.
O pesquisador também afirma: “Quando as crianças têm cerca de três ou quatro anos elas já olham para o mundo natural. Eles vêem montanhas, árvores, rios e animais, e pensam que eles têm propósitos, que estão aqui por algum tipo de razão, e então começam a se perguntar: ‘Bem, mas quem os trouxe? Por que eles têm essas razões, esses propósitos?'”
As crianças aprendem desde cedo que os seres humanos não podem fabricar animais ou qualquer coisa na escala do mundo natural ao nosso redor. Por isso, concluem que deve haver um ou mais seres maiores que os humanos, seres responsáveis pela criação.
Segundo Barret, “as crianças têm essa tendência de assumir que todos esses outros seres possíveis, deuses, têm super conhecimento, são super percepcionais e possivelmente imortais também; eles continuarão vivendo para sempre”.
Em outras palavras, as crianças são uma evidência viva das palavras de São Paulo aos Romanos: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar”(Romanos 1,20).
Barrett é um dos dois professores que, na Universidade de Oxford, lideraram um projeto colaborativo há alguns anos, envolvendo 57 acadêmicos de 20 países ao redor do mundo. Entre outras descobertas, eles concluíram que os processos do pensamento humano estão enraizados em conceitos religiosos e que as pessoas que vivem nas cidades de países altamente desenvolvidos têm menos probabilidade de ter crenças religiosas do que as pessoas que vivem em ambientes mais rurais.
Clique aqui para assistir ao vídeo (em inglês).