Meditando sobre o milagre de Caná, dom Devair refletiu sobre a água que cada um teria a apresentar a Deus para que fosse transformada em vinhoA Arquidiocese de São Paulo realizou neste mês a 16ª edição do projeto “Tietê, Esperança Aparecida“. Uma peregrinação fluvial partiu da nascente do Tietê, em Salesópolis, SP, no dia 22 de setembro, passando por diversas cidades até chegar à capital paulista no dia da Padroeira do Brasil, 12 de outubro.
Na Ponte do Piqueri, já na capital, devotos aguardavam desde antes das 7h a passagem da embarcação com a imagem trazida pelo pe. Palmiro Carlos Paes, idealizador do projeto.
Um grupo com bandeiras da Festa do Divino Espírito Santo, tradição da igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora da Expectação, na Brasilândia, acompanhou a carreata que levou a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida até a Catedral da Sé.
Integrante do grupo que participa do projeto desde a primeira edição, em 2004, Vagner Antônio de Lima declarou ao jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana, que a iniciativa religiosa também tem um caráter de responsabilidade social:
“Entendemos ser extremamente importante essa ação em prol da recuperação do Rio Tietê. O rio fica muito próximo ao bairro da Freguesia do Ó. Sentimos o dever de apoiar essa causa e chamar a atenção de nossos governantes”.
Na Catedral da Sé, a imagem foi saudada pelos fiéis e recebida por dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia. Ele presidiu a missa solene, concelebrada pelos padres Luiz Eduardo Baronto, Helmo Cesar Faccioli e Palmiro Carlos Paes.
Na homilia, o bispo destacou:
“O homem não é chamado a escravizar a obra da criação, mas a cuidar desta obra. Portanto, qualquer situação que desconfigure a criação de Deus, seja tirando a dignidade da pessoa humana, seja destruindo a obra da criação, é fruto do pecado”.
Meditando sobre o Evangelho da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, o relato das Bodas de Caná da Galileia (Jo 2,1-11), quando Jesus transformou água pura em vinho, dom Devair refletiu sobre a água que cada um teria a apresentar a Deus para que fosse transformada em vinho. Ele afirmou que a conversão inclui o respeito pela natureza criada por Deus e exortou a todos a caminharem com Nossa Senhora por um mundo marcado pela presença divina.
Ao final da celebração, o pe. Palmiro Paes recordou o contraste entre águas limpas e imundas encontrado ao longo do rio Tietê e declarou que a devoção a Nossa Senhora Aparecida renova as esperanças: a exemplo da pesca milagrosa de 1717, “quem sabe as redes que vamos tirar do Rio Tietê não sejam redes de poluição, mas sejam redes cheias de esperança e alegria“.
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A partir de matéria de O São Paulo