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Fiz jejum de 24 horas – eis o que aconteceu

EMPTY PLATE,GLASS OF WATER

Jean Fortunet | CC BY 1.0

Calah Alexander - publicado em 28/10/19

Eu estava curiosa sobre os benefícios físicos, mas foram os efeitos espirituais que fizeram valer a pena

Nota do editor: embora o jejum seja uma prática de longa data para muitos cristãos e útil para muitas pessoas, você deve consultar o seu médico primeiro se tiver determinadas condições médicas, estiver grávida ou amamentando ou tiver um distúrbio alimentar.

Na semana passada, depois de ouvir alguns podcats sobre os benefícios do jejum prolongado (mais de 24 horas), minha curiosidade foi despertada e eu decidi experimentá-lo.

Também decidi não contar à minha família com antecedência, por dois motivos: primeiro, queria seguir a advertência das Escrituras de jejuar em segredo; e segundo, não queria admitir o fracasso se falhasse. Afinal, 24 horas com nada além de água, chá verde e alguns eletrólitos é um desafio sério.

Achei que poderia muito bem matar dois coelhos com uma cajadada e começar no dia em que trabalho à noite, pois tenho tentado abandonar o hábito de jantar às 22h, quando eu chego em casa. Intencionalmente, mudei minhas refeições para mais cedo naquele dia, fazendo minha última refeição às 16h, antes de ir para o trabalho. Eu esperava que a noite fosse a parte mais fácil, pois tinha feito essa última refeição rica em nutrientes. Quando cheguei em casa do trabalho, não estava com fome. Mas estava mal-humorada.

Eu sempre tenho pelo menos uma hora de trabalho em casa depois que chego. E a verdade é que essa hora de trabalho foi uma das horas mais amargas e com mais autocomiseração que experimentei há algum tempo.

No entanto, consegui superar e caí na cama – uma hora mais cedo do que o habitual, o que foi um bônus inesperado. Mas quando acordei, não me senti revigorada. Eu me senti grogue e quase tão cansada quanto na noite anterior – apenas na metade das minhas 24 horas.

No entanto, tenho um nível saudável de curiosidade científica e um nível insalubre de pura obstinação. Comida era tudo o que eu conseguia pensar. Felizmente para mim, tive de trabalhar logo e tenho 99% de certeza de que deixar meu cartão de débito em casa foi minha graça salvadora.

Senti-me um pouco descontrolada durante o primeiro turno de trabalho, mas às 13h minha cabeça ficou clara e eu comecei a me sentir muito bem. Fiquei ocupada até a hora de pegar as crianças na escola e começar a lição de casa e o jantar.

Quando chegamos em casa, algo curioso aconteceu. Comecei a fazer o jantar e a ajudar nos trabalhos de casa e percebi que me sentia em paz – com 20 horas de jejum. Eu não tinha tanta energia nem me sentia anormalmente feliz – apenas me sentia tranquila. Mesmo quando todas as cinco crianças estavam me fazendo perguntas sobre a lição de casa, exatamente ao mesmo tempo em que eu tentava impedir que as cebolas queimassem, fiquei calma. Não fingindo estar calma, mas profundamente calma e em paz. Foi uma experiência tão incrível que eu “quase” não queria comer quando finalmente cheguei ao fim das 24 horas de jejum.

É claro que jantei com as crianças e as ajudei a terminar a lição de casa antes de começarmos os rituais de dormir. Lemos histórias e cantamos músicas e, apesar de eu ter comido, ainda tinha uma sensação estranhamente pacífica.

Foi uma das melhores noites que tivemos há muito tempo – e as crianças me disseram isso. Fui para a cama naquela noite sentindo um profundo sentimento de gratidão pelo fato de minha curiosidade e orgulho teimoso terem me impulsionado através do que eu pensava ser uma penitência exagerada, quase bárbara, ao estilo do Antigo Testamento.

Acontece que o jejum tem benefícios que vão muito além do físico. Sim, isso força você a confiar mais em Deus. Mas também suspeito que tenha um efeito de renovação espiritual que é muito parecido com a renovação física pela qual seu corpo passa.

Podem haver explicações científicas para a paz que senti e ainda sinto. Mas essas explicações não diminuem o quanto estou agradecida pelo presente inesperado que veio com um jejum de 24 horas. Jejum assim não é para todos – e nunca deve ser usado para encobrir um problema mais profundo -, mas aqueles que podem se beneficiar dele, podem achar uma prática útil tentar.

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