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Jovem brasileiro recebe transplante de medula e dá uma casa para a doadora

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Gabriel Massote / Facebook (Reprodução)

Aleteia Brasil - publicado em 05/11/19

Ela morava de favor atrás de uma igreja no interior de Rondônia

O jovem advogado Gabriel Massote, de Uberlândia, MG, foi diagnosticado aos 26 anos com leucemia. Na busca da cura, fez quase um ano e meio de quimioterapia e chegou a receber alta, mas o câncer no sangue retornou mais agressivo em 2013, reduzindo as opções de tratamento a uma única: o transplante de medula.

Gabriel Massote / Facebook

A muitas centenas de quilômetros dali, no interior do Estado de Rondônia, a cabeleireira Elza dos Santos, desempregada, se deparou com uma série de cartazes nas proximidades de um supermercado da cidade de Ariquemes e foi ver de que se tratava. Foi assim que, pela primeira vez, ela ouviu falar em doação de medula óssea.

“A moça me explicou como fazia e eu aceitei”.

Elza fez o cadastro como doadora. Este procedimento, muito simples e capaz de salvar vidas, é explicado no seguinte artigo de Aleteia:


Henrique Friedrich Neittzke transplante medula

Leia também:
Como posso me tornar doador de medula óssea e salvar uma vida?

Nesse meio-tempo, Gabriel continuava à espera de um doador compatível. E não havia nenhum em sua família. Aliás, as probabilidades de ele encontrar essa compatibilidade no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome) era de aproximadamente 1 em 100 mil, tão baixa que o advogado achava que não iria sobreviver.

“Vivi momentos bem difíceis. Fiquei quase um ano sem sair do hospital”.

Gabriel, porém, foi agraciado com o quase impossível. Lá em Rondônia, Elza foi contatada pelo Redome e informada de que a sua medula era compatível com a de uma pessoa necessitada do transplante. Ela não sabia quem seria o beneficiado, mas não precisava conhecê-lo para ter empatia:

“Me coloquei no lugar da mãe dele, porque também tenho dois filhos e faço tudo por eles”.

Ela viajou até o Rio Grande do Norte para realizar o transplante. A primeira tentativa, em novembro de 2013, não deu certo. Elza voltou a ser chamada para coletar outro tipo de células. Aceitou prontamente e fez uma segunda viagem, desta vez para São Paulo, a fim de repetir o processo. Quem conta é o próprio Gabriel, de 35 anos, ao site Sempre Família:

“Ela me salvou duas vezes e hoje 100% das minhas células sanguíneas são da Elza”.
Elza Boaro (Facebook de Gabriel Massote)

Profundamente agradecido, Gabriel quis descobrir a identidade do doador e fazer algo em retribuição.

“Quando conheci a Elza e fiquei sabendo que ela e o marido estavam desempregados e morando de favor atrás de uma igreja, tive certeza de que devia ajudá-los”.

O advogado então se inscreveu em programas de televisão na tentativa de conseguir recursos para dar uma casa à mulher que tinha lhe doado uma vida nova. Mas não obteve o sucesso esperado:

“Saímos zerados”.

Ele não desistiu: lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet e, em poucos dias, 465 pessoas, comovidas com a história de Elza, doaram um total de 117 mil reais. Foi graças a mais este gesto de generosidade de desconhecidos para com desconhecidos que a casa onde Elza e a família vivem hoje, na cidade rondoniense de Ji-Paraná, pôde ser comprada e reformada. E não só a casa: no último dia 19 de outubro, Elza ganhou a nova moradia e também um novo salão de beleza, para poder exercer o seu ofício e gerar receita para se manter.

Gabriel relata:

“Essa residência fazia parte de uma briga judicial. Entrei em contato com os advogados envolvidos e, depois de uma negociação pesada, fechamos um acordo. O valor arrecadado foi suficiente para comprar a casa, ajudou na reforma e deu para montar um salão de beleza para a Elza trabalhar”.

De doadora generosa a recebedora emocionada de uma doação quase inacreditável, Elza resume:

“Fui só uma gota na vida desse rapaz que eu não conhecia, mas hoje ele é o oceano inteiro na minha vida. Nunca imaginei que isso tudo estaria acontecendo e só tenho que agradecer. Afinal, fiz algo simples, que foi doar minha medula, e ganhei um anjo na minha vida”.

___________

A partir de matéria do Sempre Família




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