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Como a Igreja Católica ajudou a criar os serviços postais

poste vaticane
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V. M. Traverso - publicado em 06/11/19
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Os apóstolos podem ter dado origem ao serviço de entrega de correspondências que conhecemos hoje Na era das mensagens instantâneas e e-mails, é fácil cair na tentação de nos esquecermos, por um momento, do importante papel desempenhado pelos serviços postais. Mas nunca teria havido correio eletrônico sem a invenção do serviço postal. E podemos ligar a criação desses serviços à Igreja Católica.

De fato, acredita-se que a expressão “post” deriva de cartas “apostólicas” enviadas pelos apóstolos às comunidades cristãs nos primeiros dias do Cristianismo.

Além disso, um dos primeiros usos da palavra “correio” para indicar o envio e recebimento de cartas é encontrado em um sistema de leis assinado por Carlos Magno no ano de 779.

Mas os católicos eram conhecidos por um serviço postal rudimentar mesmo antes disso. Alguns mensageiros profissionais, chamados de “cursores”, passavam semanas montando seus cavalos para levar mensagens de uma comunidade católica para outra.

Na Idade Média, todas as grandes abadias já tinham um serviço postal e podiam enviar cartas manuscritas através de mensageiros, que chegavam ao seu destino a cavalo ou a pé. Essas primeiras redes eram tão boas que, no século XVI, alguns embaixadores dos estados europeus perguntaram ao papa se poderiam usar esses serviços para receber suas correspondências. Em 1499, o Papa Alexandre VI autorizou a criação do Correio Nacional da Espanha. Os reinos de Nápoles e Milão logo criaram seus correios.

Em 1852, o Vaticano introduziu o uso de selos, pioneiro na Inglaterra alguns anos antes. Cada carta podia ser enviada anexando uma etiqueta adesiva que provava que todos os impostos postais haviam sido liberados. A introdução do selo aumentou a eficiência dos correios e o serviço postal do Vaticano tornou-se conhecido em toda a Europa por sua confiabilidade e eficiência.

A uso dos selos no Vaticano era gerenciado por um cardeal, encarregado de criar tarifas de correspondência. Ao contrário dos selos dos principais reinos, o Vaticano não exibia os traços faciais do Papa em seus selos; eles continham o símbolo da Santa Sé, a tiara papal e duas chaves cruzadas. Outra grande inovação veio em 1870 com a introdução do cartão postal.

Em 11 de fevereiro de 1929, a Itália e a Santa Sé assinaram o Tratado de Latrão, que reconhecia a Cidade do Vaticano como um estado independente. Seguiu-se uma série de mudanças: a Santa Sé foi reembolsada por terras anexadas à Itália em 1870, uma nova estrada foi construída para conectar a Cidade do Vaticano ao coração de Roma (Via della Conciliazione) e o sistema postal do Vaticano foi estabelecido. .

Desde fevereiro de 1929, todo o correio papal foi absorvido pelo recém-criado “Poste Vaticane”, através de suas icônicas caixas de correio amarelas. Os selos começaram a mostrar a imagem do Papa junto com o símbolo do Vaticano.

Hoje, todas as cartas e pacotes enviados para e do Vaticano ainda são gerenciados pela Poste Vaticane, com quase 100 anos de idade.

E os selos do Vaticano são alguns dos itens mais procurados pelos colecionadores, devido à raridade e ao papel que desempenharam na história dos serviços postais.

Portanto, da próxima vez que você clicar em “enviar”, agradeça aos primeiros apóstolos pela ideia.