“Fátima é o convite a uma vida santa”, diz o reitor do santuário, em homilia iluminadora sobre a santidade acessível a todos nósO site oficial do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, destacou a notícia de que, neste 1º de novembro, Solenidade de Todos os Santos, foram veneradas na Basílica da Santíssima Trindade as relíquias dos Santos Pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.
A celebração eucarística foi presidida pelo pe. Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima. Ele reforçou que não estava sendo celebrado um mero “conceito ou abstração”, mas “o rosto concreto de tantos que, na sua vida, se tornaram para nós imagem viva de Jesus Cristo”. Ele acrescentou:
“A santidade não é um privilégio reservado a alguns eleitos, é a vocação de todos nós, cristãos, como nos recorda o Papa Francisco na exortação apostólica sobre o chamamento de todos à santidade, ‘Alegrai-vos e exultai'”.
O reitor citou novamente o Papa ao recordar que ser santo implica “não nos resignarmos a uma vida medíocre, superficial e indecisa, sem horizonte ou exigência“. Santos, portanto, “são aqueles que souberam confiar as suas vidas a Deus; aqueles que, mesmo no meio das lágrimas, das dificuldades e das incompreensões, procuraram sempre em Deus a sua força, confiaram na Sua presença e Lhe entregaram a vida“.
As Bem-Aventuranças, disse o pe. Carlos, são um convite de Jesus, que “viveu a pobreza com plena confiança em Deus, seu Pai, foi humilde, misericordioso, puro de coração, pacífico e pacificador, amou a justiça, sofreu perseguição… Podemos dizer que em cada um dos santos e santas encontramos os traços do rosto de Cristo e identificamos a semelhança com Ele“.
“Ser santo é aproximarmo-nos e imitar Jesus, porque os santos são aqueles que souberam confiar as suas vidas a Deus. Vem-nos à mente a pergunta de Nossa Senhora, aqui em Fátima, aos Pastorinhos: ‘Quereis oferecer-vos a Deus?'”.
O reitor explicou aos peregrinos que o conceito de santidade costuma ser mal compreendido por muitos, precisando assim de esclarecimento:
“Talvez a nossa grande dificuldade resida no equívoco de identificarmos a santidade com a perfeição, isto é, com uma conduta sempre irrepreensível. Mas os santos não foram perfeitos: souberam aproximar-se de Deus com as suas fragilidades e defeitos; os santos não são impecáveis, são limitados como nós. No meio disto, souberam aproximar-se de Deus e entregar-Lhe a sua vida. Todos somos chamados a ser santos, desde que entendamos o que é ser santos”.
O pe. Carlos ressaltou que este horizonte está presente na mensagem de Fátima, que conduz cada um a Deus e “à vida de comunhão com Ele, isto é, a uma vida santa. E é isto que é Fátima: o convite a uma vida santa“.
“A santidade em Fátima também é visível nos protagonistas, os Pastorinhos. Neles encontramos não apenas o enorme desejo de serem santos, desejo que tanta vezes a nós nos falta, mas igualmente o esforço diário por serem humildes, justos, misericordiosos, pacíficos, puros de coração como Jesus Cristo, porque neles descobrimos este esforço de viver de acordo com as Bem-Aventuranças”.
A veneração das relíquias, como na celebração deste ano, representa “o exemplo e estímulo de uma santidade próxima e simples à qual somos convidados“.
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