Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 26 Abril |
Aleteia logo
Estilo de vida
separateurCreated with Sketch.

É fato: filho precisa de pai

little boy with his father cleaning teeth

By Jacob Lund|Shutterstock

Dolors Massot - publicado em 11/11/19

As estatísticas mostram que as crianças que crescem sem uma figura paterna têm maior probabilidade de desenvolver problemas comportamentais e emocionais

As estatísticas mostram que muitos países estão experimentando um aumento no número de famílias nas quais nenhuma figura paterna está presente. Nos EUA, atualmente um em cada três filhos cresce sem pai, o que significa que 25 milhões de crianças americanas estão nessa situação.

No caso de países europeus como Suécia, Islândia e França, as mães solteiras agora superam as mães com cônjuge ou companheiro.

Afinal, as crianças precisam ter uma figura paterna enquanto crescem? Ou podem prescindir disso? Crescer sem pai as afetará?

A professora de direito Maria Calvo, da Universidade Charles III, em Madri, afirma que a presença de um pai é necessária e que, na sua ausência, os filhos sofrem danos que acabam gerando consequências negativas para a sociedade como um todo.

Estatísticas que fazem pensar

Segundo Maria Calvo, há muitas estatísticas que devem nos levar a refletir:

90% dos jovens presos nos Estados Unidos cresceram sem pai.

Após os distúrbios de Tottenham no Reino Unido em 2011, foi realizada uma pesquisa sociológica de acompanhamento com mais de 1.000 pessoas presas, e constatou-se que 85% delas haviam crescido sem pai.

Naquela época, o primeiro-ministro David Cameron traçou uma linha direta entre a ausência de pais na casa e o caos nas ruas – não que esse fosse o único fator, obviamente, mas era um fator a ser levado em consideração.

Crescer sem pai é mais prejudicial do que crescer pobre

“A ausência de uma figura paterna”, diz Calvo, “está na raiz da maioria dos problemas sociais: violência, abuso de drogas, gravidez pré-adolescente, falha acadêmica, fuga de casa… Antes, pensava-se que a pobreza era a causa , mas não: é a ausência de um pai”, afirma a pesquisadora.

Especialmente entre as idades de 3 e 5 anos

Maria Calvo lamenta que hoje a figura paterna tenha sido desvalorizada em nossa sociedade, e que haja uma mentalidade crescente de que as crianças podem crescer da mesma forma sem um pai.

“Especialmente entre 3 e 5 anos, os meninos precisam da presença do pai como modelo de masculinidade”, disse Calvo recentemente em uma palestra organizada pela Fundação Villacisneros, em Madri.

Quando falta um modelo masculino, os meninos podem crescer guiados por estereótipos que os orientam para a violência e para comportamentos machistas.

Pais ajudam a fornecer equilíbrio

Calvo diz que, ao criar os filhos, o pai compensa o desejo materno de dar tudo aos filhos. Muitas vezes, o pai é quem estabelece o senso de hierarquia dos filhos, principalmente o da autoridade dos pais em relação aos filhos, mas também o dos professores, policiais e de autoridades em geral.

Ao mesmo tempo, os pais representam a liberdade, explica Calvo, porque incentivam os filhos a ir além dos limites traçados por suas mães, quando essas são super-protetoras.

Pai e mãe são necessários

Dessa maneira, a melhor educação que uma criança pode receber é a que resulta de ter mãe e pai. Ambos são necessários para o desenvolvimento completo de uma criança. Quando isso for impossível, a ausência do pai ou da mãe terá que ser levada em consideração e serão necessárias medidas para garantir que haja pessoas que possam ajudar a compensar a ausência do pai.

Tags:
EducaçãoFamíliaFilhosInteligencia emocionalpais
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia