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As faltas contra o 8.º Mandamento

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Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 12/11/19

A caridade e o respeito à verdade devem ser constantes na vida do cristão

Continuando o artigo sobre o oitavo Mandamento, “Não levantarás falso testemunho contra teu próximo” (Ex 20, 16), o Catecismo da Igreja Católica diz:

“Um falso testemunho, um perjúrio, acontece quando é emitida publicamente uma palavra contrária à verdade. Isso tem uma gravidade particular. Diante de um tribunal, torna-se um falso testemunho. Quando está sob juramento, trata-se de perjúrio.” (CIC 2476)

O juízo temerário também é um atentado a este mandamento e precisamos combatê-lo. Quando tomamos como verdade algo sem fundamento suficiente e não temos consistência, ou seja, não sabemos se realmente é e assumimos como verdadeiro, sem sustentação, acabamos fazemos juízo temerário da pessoa. Isso é algo extremamente negativo, porque destruímos a imagem de alguém a partir de um juízo não fundamentado.

Devemos sempre lutar contra esse julgamento apressado. Também precisamos tomar cuidado, procurando investigar, se for importante, e cuidar na interpretação daquilo que nos contam, filtrando sempre as informações que nos passam.

A maledicência também está envolvida neste processo, quando alguém, sem uma razão objetivamente válida, fala do defeito do outro, por exemplo, para outra pessoa. Se, por acaso, sabemos algo de alguém e nos dispomos a contar para os outros, sem motivo, isso é maledicência.

Já a calúnia ultrapassa a maledicência, distorce a verdade e prejudica a reputação de uma pessoa. A ironia também. Ela deprecia. Uma pessoa irônica contribui para desmerecer o próximo. A ironia não é uma virtude.

Mas a gravidade de uma mentira pode levar ao pecado mortal. Ou seja, a mentira é um pecado venial e se torna mortal quanto fere gravemente a virtude da justiça e da caridade.

A Igreja pede que a verdade seja vivida principalmente no exercício da autoridade, dos políticos. Ela é muito direta no exercício da autoridade civil: a verdade tem que levar ao bem comum.

A Igreja também coloca esta questão para todos aqueles que trabalham nos meios de comunicação: o dever de buscar a verdade e que ela seja passada de tal forma que forme uma consciência crítica. Busque a veracidade dos fatos. Busque a justiça e a verdade na política, na organização, na comunicação, na imprensa. Busque a verdade que forme o povo de Deus, em bases sociais, lembrando que toda a falta cometida contra verdade exige reparação do autor da mentira e quando se torna impossível reparar um erro publicamente, deve pelo menos fazê-lo secretamente.

A caridade e o respeito à verdade devem ditar a resposta a todo pedido de informação ou de comunicação. O bem e a segurança do outro e o respeito à vida privada são razões suficientes para se calar aquilo que não deve ser conhecido. O dever de evitar o escândalo impõe, muitas vezes, uma estrita descrição. Ninguém é obrigado a revelar a verdade aquém não tem o direito de conhecê-la.

Cito o texto bíblico: “Uma disputa entre orgulhosos faz correr sangue; suas injúrias fazem sofrer os ouvidos” (Eclo 27, 16). Uma linguagem cheia de blasfêmias é horripilante e sua grosseria fará com que não se queiram ouvi-la.

Cada um deve manter a justa reserva da vida privada das pessoas. Toda pessoa tem o direito da justiça e da caridade, de ter uma boa reputação.


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