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Como trabalhar o desejo da carne?

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By marvent | Shutterstock

Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 18/11/19

O belo tem que ser olhado, mas entre olhar e alimentar o desejo tem uma grande diferença
“Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence”. (Ex 20, 17).

Esse é o nono dos Dez Mandamentos da Lei de Deus e Jesus. O Evangelho de Mateus também se refere a ele com a seguinte citação:

“Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração”. (Mt 5, 28)

Este mandamento proíbe a cobiça da carne, seja do homem ou da mulher. O ser
humano é um ser completo composto de espírito e corpo – e a própria Palavra de Deus coloca certa tensão entre o espírito e a carne.

São João nos explica três espécies de cobiça ou de concupiscência, como
também é conhecida: a da carne, a dos olhos e a soberba da vida:

“Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida – não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente”. (1Jo 2, 15-17)

O coração é um órgão, mas na teologia espiritual é como o centro da
personalidade moral da pessoa humana. Disse Jesus:

“Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias”. (Mt 15, 19)

É um erro e exagero achar que o mal vem de fora, pois ele age dentro de nós.
Não esqueçamos que o inimigo perdeu tudo, menos a inteligência angelical. Ele é um camaleão, astuto e se apresenta a nós de uma forma sedutora e ele entra em nosso interior e descobre o que mais nos fascina e se mascara com aquela fascinação para nos atrair.

Mas como trabalhar esse desejo da carne? Lembremos o que disse Jesus: “Bem-Aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. Por isso, se o coração é a fonte do mal, temos que purificá-lo, de preferência em três níveis: na caridade, na castidade ou retidão sexual e no amor à verdade e à ortodoxia da fé.

A pureza do coração é uma luta, pois todo ser humano vive a sexualidade. Mas
como lutar? Primeiro pela virtude do dom da castidade, que permite amar com o
coração reto.

Segundo, pela pureza de intenções. Pureza no olhar, interior e exterior.
Disciplinar os sentimentos e a imaginação. Por exemplo, o belo tem que ser olhado, mas entre olhar e alimentar o desejo tem uma grande diferença. É preciso ter domínio, disciplina nos sentimentos e na imaginação. No Livro da Sabedoria encontramos o texto:

“A vista excita os desejos dos insensatos, fantasma inanimado de uma imagem sem vida que provoca a paixão!” (Sb 15, 5).

O pudor também preserva a intimidade da pessoa. É a temperança, é orientar o
olhar, os gestos em conformidade com a dignidade da pessoa. O pudor é o respeito à pessoa.

Mas como dominar essas paixões desorientadas? Através de muita oração e do
pensamento em Deus. Não é negar a sexualidade, pois a Igreja não é contra a
sexualidade. E Deus não quer que nos castremos. É fazer da castidade uma virtude, o que pode ser difícil, mas não impossível.

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