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Japão: como é a minoritária Igreja Católica no país que o Papa está indo visitar

MARTYRS

jesuit.ie

Reportagem local - publicado em 22/11/19

Ilhas japonesas foram cenário de uma das mais brutais e sangrentas perseguições contra os cristãos nos últimos 500 anos

O cristianismo foi levado ao Japão no século XVI pela ação evangelizadora do Espírito Santo através do missionário jesuíta São Francisco Xavier. Ele chegou às ilhas japonesas em 15 de agosto de 1549, junto com outros jesuítas e também com padres franciscanos, dominicanos e agostinianos.

A comunidade construída por eles ao longo de 60 anos era sólida, fortemente arraigada tanto na fé quanto na cultura local, e atingiu mais de 300 mil fiéis, com seu maior centro na cidade de Nagasaki.

As sangrentas perseguições, porém, não tardaram: já em 1597, nada menos que 26 mártires cristãos foram crucificados. Desde o século XVII, os cristãos japoneses se viram privados dos seus sacerdotes e das suas igrejas. Apesar da brutalidade da perseguição, alguns grupos conseguiram continuar transmitindo a fé de geração em geração, entre as sombras e luzes da clandestinidade.

Começava a dura época dos “kakure kirishitan“: os “cristãos escondidos“.

Nem sequer o restante da Igreja Católica sabia da sua existência até que, já entrado o século XIX, o Japão começou a se reabrir pouco a pouco ao mundo, permitindo-se a entrada de novos missionários católicos.

JAPANESE MARTYRS
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Uma nova primavera da Igreja

Nos séculos XIX e XX, a Igreja no Japão começou a renascer. Além do retorno de missionários jesuítas, franciscanos e dominicanos, começaram a chegar também os salesianos e, na sequência, outras ordens e congregações católicas.

Os 26 mártires cristãos de 1597 foram canonizados ainda em 1862.

Em 1942 começaram a ser estabelecidas as relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Japão, num processo interrompido pela Segunda Guerra Mundial e só finalizado, de modo bastante complexo e desafiador, em 1966, quando uma nunciatura apostólica finalmente pôde ser instituída no país. É o equivalente a uma “embaixada” do Vaticano.

Os números da Igreja no Japão

O país garante a liberdade religiosa, mas o cristianismo ainda é visto como uma religião estrangeira e, portanto, “para estrangeiros”. A maioria dos japoneses que professam uma religião se declara xintoísta (51,82%). Os budistas vêm logo após, somando 34,9% da população. Os cristãos totalizam apenas 2,3%.

Uma curiosidade: a soma de xintoístas e budistas no Japão chega a 195 milhões, mas a população total do país é de 127 milhões. O que ocorre é que muitos japoneses se consideram seguidores das duas religiões ao mesmo tempo. Para eles, xintoísmo e budismo coexistem e, em certa medida, dizem respeito mais a ritos e perspectivas culturais ancestrais do que propriamente a filiação religiosa.

A Igreja Católica possui no país 16 circunscrições eclesiásticas, 859 paróquias, 102 centros pastorais de diferentes tipos, 29 bispos, 511 sacerdotes diocesanos, 896 sacerdotes religiosos, 29 diáconos permanentes, 173 religiosos não sacerdotes, 4.976 religiosas, 174 membros de institutos seculares, 5 missionários leigos, 1.307 catequistas e 80 seminaristas.




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