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Papa sobre armas nucleares: crime contra o ser humano e o futuro

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Vatican News - publicado em 24/11/19
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“O uso da energia atômica para fins de guerra é, hoje mais do que nunca, um crime”, disse o Papa Francisco em HiroshimaO Papa Francisco visitou neste domingo Hiroshima, onde falou sobre a bomba atômica: o trágico instante em que tudo “foi devorado por um buraco negro de destruição e morte”.

“Aqui, faço memória de todas as vítimas e inclino-me perante a força e a dignidade das pessoas que, tendo sobrevivido àqueles primeiros momentos, suportaram nos seus corpos durante muitos anos os sofrimentos mais agudos e, nas suas mentes, os germes da morte que continuaram a consumir a sua energia vital”, disse o Santo Padre.

Em seguida, Francisco afirmou que quis ir a Hiroshima como “peregrino da paz”, para “me deter em oração, recordando as vítimas inocentes de tanta violência e trazendo no coração também as súplicas e anseios dos homens e mulheres do nosso tempo, especialmente dos jovens, que desejam a paz, trabalham pela paz, sacrificam-se pela paz”.

“Desejo reiterar – afirma – com convicção, que o uso da energia atômica para fins de guerra é, hoje mais do que nunca, um crime não só contra o homem e a sua dignidade, mas também contra toda a possibilidade de futuro na nossa casa comum”.

Ele afirmou ainda que: “o uso da energia atômica para fins de guerra é imoral, assim como é imoral a posse de armas nucleares, como eu já disse há dois anos. Seremos julgados por isso”.

“Estou convencido de que a paz não passa de um ‘som de palavras’, se não se fundar na verdade, se não se construir segundo a justiça, se não se animar e consumar no amor, e se não se realizar na liberdade”. Assim como São Paulo VI: “Não se pode amar com armas ofensivas nas mãos”.

De acordo com o Papa, “quando nos rendemos à lógica das armas e afastamos da prática do diálogo, esquecemo-nos tragicamente que as armas, antes mesmo de causar vítimas e ruínas, têm a capacidade de provocar pesadelos”.

O Papa Francisco explicou: “é preciso recordar, caminhar juntos e proteger: são três imperativos morais que adquirem, precisamente aqui em Hiroshima, um significado ainda mais forte e universal e são capazes de abrir um verdadeiro caminho de paz.”

Mas para isso, “não podemos permitir que as atuais e as novas gerações percam a memória do que aconteceu, memória que é garantia e estímulo para construir um futuro mais justo e fraterno”. Temos que manter a memória viva, que ajude a dizer de geração em geração: nunca mais!”

“Somos chamados a caminhar unidos, com um olhar de compreensão e perdão. Abramo-nos à esperança, tornando-nos instrumentos de reconciliação e de paz. Isto será possível sempre, se formos capazes de nos proteger e reconhecer como irmãos em um destino comum”.

“Que sejam suplantados os interesses exclusivos de certos grupos, a fim de se atingir a grandeza daqueles que lutam corresponsavelmente para garantir um futuro comum”.

Em uma única súplica, aberta a Deus e a todos os homens e mulheres de boa vontade, em nome de todas as vítimas dos bombardeios, das experimentações atômicas e de todos os conflitos, elevemos juntos um grito: Nunca mais a guerra, nunca mais o fragor das armas, nunca mais tanto sofrimento!

(Com Vatican News)