A agência católica portuguesa Ecclesia entrevistou o cônego João Aguiar Campos, cujo novo livro, intitulado “Morri Ontem“, acaba de ser apresentado em Braga como uma obra com “reflexões de amizade” e “recheado de esperança”.
O título decorre da trama: um livro é entregue a uma pessoa, amiga do protagonista, com um recado para ser aberto no dia seguinte à sua morte. É essa pessoa quem recebe os textos e decide publicá-los. Segundo o autor, o protagonista foi escrevendo aos amigos sobre as suas sensações ao pensar muitas vezes na morte e depois teve a ideia de publicar as reações que observara nesses amigos.
Conta o cônego João Aguiar:
“A minha vida passa por diversos intervenientes do livro, tem bastante do Junior, tem muito do Ribeiro, tenho o voluntarismo teimoso e entusiasta do Antunes, um pouco deles todos (…) Saber que andamos na vida a ser tangentes humanas, andamos a viver amizades diáfanas e andamos a encostar a morte para a ponta do corredor… Se pararmos e pensarmos que a morte leva ao aperfeiçoamento da vida, também nos abre a esperança que começando no tempo tem a sua realização para além dele”.
O livro foi apresentado pelo pe. Carlos Vaz, da arquidiocese de Braga. Ele considera o título surpreendente: ele “mexe conosco” e merece ser lido várias vezes, para “saborear a esperança”. O sacerdote afirmou também que o autor tem uma “maneira como ninguém de dizer as coisas, misturar sensações e mostra uma fineza de observação da realidade”.
O arcebispo de Braga, dom Jorge Ortiga, presente na apresentação da obra, declarou que se trata de “literatura alicerçada nos sentimentos”:
“O que mais me impressiona, além da qualidade literária e de uma veia poética, é uma literatura alicercada nos sentimentos, e a partir de uma vida, da sua sensibilidade muito devidamente construída, que o faz escrever de modo totalmente diferente. Da sua escrita passa a vida neste momento, onde a dor e sofrimento o acompanha, mas ele mostra que o mais importante é a esperança”.
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